Está findado o primeiro ato da 28ª jornada da Liga Portugal Betclic. O Estoril não teve qualquer dificuldade para sair vitorioso da Vila das Aves e bateu o AFS, por 0-3. Os canarinhos arriscaram e olham, agora, para cima, para o sonho europeu. Os homens das Aves perderam uma oportunidade de fugir ao que vem de baixo - e aflige.
Para tentar regressar às vitórias, Rui Ferreira voltou a lançar John Mercado no onze inicial, mas a grande surpresa prendeu-se atrás: Simão Bertelli remeteu o experiente e conceituado Guillermo Ochoa para o banco de suplentes. Do outro lado, Cathro foi menos inventivo e só fugiu da norma na escolha do parceiro de Begraoui e João Carvalho no ataque: apostou em Lacximicant em detrimento de Marqués e Guitane.
Sem querermos levantar muito o véu, caro leitor, deixamos já o spoil: foi uma aposta mais que ganha.
Um, dois... e o primeiro três!
André Narciso apitou pela primeira vez e a noite chuvosa na Vila das Aves demorou a aquecer. Ainda assim, apesar do vagaroso começo, o Estoril esteve sempre por cima, com mais bola e em zonas mais adiantadas.
Nesse sentido, os canarinhos foram os primeiros a criar perigo - cabeceamento de Boma na sequência de um canto. Sem uma resposta contrária ao mesmo nível, cresceram no jogo e chegaram - com mais facilidade que o suposto - ao golo: um desentendimento entre Bertelli e Nacho isolou Lacximicant, que não tremeu na cara da baliza deserta.
Em vantagem, o Estoril ficou ainda mais confortável e confiante. Xeka, Holsgrove, Pina, João Carvalho, Begraoui... Com a infindável lista de jogadores canarinhos que tratam bem o esférico, os estorilistas controlaram e exibiram - com gosto - várias provas do bom futebol que praticam.
Uma delas, talvez a mais gritante, culminou no bis de Lacximicant. Xeka lançou Begraoui pela direita e o marroquino cruzou com excelência para a zona entre o guarda-redes e a defesa; no fundo, apareceu o esforçado jovem avançado, pronto a voltar a marcar. Do outro lado, só um tímido e desenquadrado livre de Nené serviu para marcar presença.
O regresso dos balneários seria sempre importante: ou o Estoril matava o encontro, ou o AFS relançava a partida. Verificou-se a primeira opção. Lacximicant só precisou de seis minutos para consumar o primeiro hat-trick da carreira profissional; lançado por Wagner Pina, não tremeu na cara de Bertelli e tirou todas as dúvidas em torno do destino dos três pontos.
Gerir: entre o bom e o mau
Por isso, os restantes 39 minutos foram disputados de forma diferente, bem menos intensa e emocionante.
Para o Estoril Praia, a pior notícia foi a lesão - aparentemente grave - de Xeka. O experiente médio português, que regressou à equipa e fez parte da histórica caminhada vitoriosa no começo 2025, caiu sozinho no relvado e contorceu-se bastante, com queixas na coxa direita. Acabou por nem regressar ao relvado.
Para o AFS, a melhor notícia foi a reação das peças que entraram e que, de certa forma, tentaram agitar com o jogo. Rafael Rodrigues, Gustavo Assunção, Babatunde Akinsola, Baptiste Roux e, sobretudo, Zé Luís. Todos tiveram um impacto positivo na partida e, apesar de não traduzirem a boa entrada em mudanças no marcador, deram vida à turma da Vila das Aves, que só descruzou os braços nos últimos 20/30 minutos.
Com este resultado, o Estoril Praia continua a olhar para as posições europeias. Do outro lado, o AFS não se afasta dos lugares mais perigosos da tabela.
