
Rui Borges, tal como avançou A BOLA, pensa por esta altura em manter a atual base estrutural da equipa leonina que venceu o campeonato e Taça de Portugal (3x4x3) e são muitos os treinadores que aprovam a medida. Mexer numa equipa vencedora aumenta sempre a dose de risco e a solidez apresentada nas últimas épocas, aliada às caraterísticas dos jogadores do plantel, oferecem garantias de sucesso para o futuro imediato. Lito Vidigal, Luís Loureiro e Carlos Pereira, técnicos com experiência no futebol português, apresentaram em A BOLA os pós e contras de uma das grandes dúvidas naquela que será a nova versão do leão em 2025/2026.
LITO VIDIGAL (treinador)
«Temos de olhar a tudo. Para a equipa, a qualidade dos jogadores, onde podem encaixam melhor, olhar para a questão sociocultural do clube. Há clubes que os adeptos gostam e que estão habituados a uma forma de jogar, a um determinado sistema, e claro, por fim, está do gosto do treinador. Tudo é viável, tudo é possível. Mais importante é ganhar. Ganhando... tudo se resolve. O risco de mexer numa equipa que ganha é sempre maior. Mas é possível que saiam jogadores, alguns deles com peso, entrem reforços, enfim, é uma avaliação constante. Agora é claro que dando continuidade e reforçando o que já está construído, é mais fácil, sobretudo numa estrutura já está montada e ainda por cima vitoriosa. Futebol atual obriga a ter mais do que um sistema? No passado já havia essa mudança constante de sistemas num só jogo mas não havia tanta informação. Mudar leva sempre tempo, mesmo com a qualidade dos jogadores mais preparados e que entendem com maior facilidade vários sistemas. Isso requer sempre tempo e adaptação».
LUÍS LOUREIRO (treinador)
«Sinceramente, independentemente dos gostos que nós como treinadores temos, muitas vezes também é um sinal de inteligência adaptarmo-nos aquilo que são os jogadores que temos pela frente e neste caso em concreto no Sporting, não só ao nível dos jogadores mas aquilo que foi a época do Sporting não me parece a mim que faça muito sentido fazer alterações. Mas é aceitável tudo aquilo que possa ser feito. Terá muito a ver com o plantel que terá à disposição na próxima época e se tem as caraterísticas para se adaptarem aquilo que é a ideia de Rui Borges que dá preferência a não jogar com três defesas. É o plantel que muitas vezes dita a decisão de como o treinador irá abordar o campeonato. Mas neste caso, tendo o Sporting o sucesso que teve, na minha opinião fará todo o sentido ser o treinador a adaptar-se aquilo que é o plantel que tem à sua disposição. Ninguém pode ficar agarrado a um sistema. Hoje o futebol é mais exigente a nível tático e isso faz parte do crescimento de qualquer treinador»
CARLOS PEREIRA (treinador)
«Na minha opinião, olhando para os resultados que aconteceram, sobretudo na última época que foram de enorme sucesso, era de manter o que já existe. Há uma sincronização de setores, de jogadores identificados com tudo, logo penso que não é muito coerente estar a fazer grandes alterações para uma nova época. Todos os jogadores estão rotinados com as posições, aquilo que têm de fazer, e quando os resultados são satisfatórios, como foi o caso, acho que há tudo a favor para continuar o trabalho que está feito. Desde que exista uma base depois poderá haver uma permissão para lançar outros sistemas. Não existindo essa base, essa espinha dorsal, será mais complicado. É de continuar com a base que existe e os jogadores que possam entrar pontualmente adaptarem-se a uma estrutura já existente. Mudando o sistema obrigaria a ter de procurar outros tipo de jogadores no mercado que se pudesssem enquadrar noutro tipo de modelo»