Rui Vitória falou sobre a sua carreira enquanto treinador principal. O técnico falou do Benfica e da experiência no Panathinaikos.

Rui Vitória fez um apanhado da sua carreira como treinador. O técnico português recordou a sua experiência ao serviço do Benfica:

«Em nenhuma equipa me dei ao luxo de ter tempo. Essa pressão imediata foi boa para mim. O primeiro ano no Benfica foi difícil. A equipa vinha de dois títulos seguidos. Não começámos bem. Estávamos a 7 pontos do topo. Travámos uma luta ponto a ponto. O mais importante foi controlar emoções, gerir a pressão interna e externa. Transmitir estabilidade à equipa. Fizemos alguns discursos, demos-lhes visão, união e fechámos o grupo. Estamos a falar do Benfica, uma equipa demasiado organizada. Depois de darmos motivação e confiança aos jogadores, mostrámos a sua qualidade individual e a qualidade da equipa em que nos tornámos. Tínhamos uma boa relação com o presidente, que quando me contratou como treinador elaborou um plano não de compra de jogadores, mas sim de aposta em atletas da formação. Estava de acordo porque acreditava nisso. Vi que a equipa tinha muito potencial. Trouxemos seis jogadores para a equipa principal. Com trabalho e tempo ultrapassámos as dificuldades e trouxemos jogadores como Rúben Dias e Nélson Semedo. Eles amadureceram muito rapidamente e conseguimos ganhar o campeonato», afirmou Rui Vitória ao jornal Gazzetta, da Grécia.

O técnico português falou também do seu desafio no Panathinaikos:

«Sei do que o Panathinaikos precisa, quero uma equipa dominante. Foi um projeto muito difícil a minha chegada ao Panathinaikos. Muitos diriam que não vale a pena correr esse risco a meio da época. Sou uma pessoa que trabalha com as emoções, disse que era uma batalha que tinha de travar. Não me arrependo. Foi muito, muito difícil, porque estamos a falar de uma equipa que estava há muitos anos afastada da luta pelo campeonato, que no início da época não era a favorita e que naquele momento estava numa má situação em termos de pontos e psicológicos. Tenho dois elementos positivos importantes do ano passado como treinador do Panathinaikos. Conheço melhor a equipa, toda a equipa, a organização, as estruturas, tudo. Por outro lado, também conheço melhor o campeonato grego, que talvez tivesse outras coisas em mente quando cheguei. Tendo ganho 11 títulos na minha carreira, sei muito bem o que a equipa precisa para ganhar o campeonato e para gerir as situações difíceis que vão surgir durante a época», rematou.