
Depois de afirmar que a Yamaha não aproveitou da melhor forma o conhecimento e dados que este trazia da Yamaha, Ramón Forcada lembrou as palavras do próprio piloto, ilustrando claramente que o próprio sentiu que não estava a conseguir levar a cabo algumas sugestões por si dadas, vindas de uma equipa que se tem provado dominadora no MotoGP.
A frustração do antigo piloto italiano tornou-se evidente quando abandonou o projeto a meio da temporada, como recordou o técnico espanhol: ‘Por isso, quando se foi a meio da temporada, que chegou o Crutchlow, disse: «Sinto-me desperdiçado. Não é que não me façam caso, é que não me escutam».’ Esta declaração revela um problema de comunicação e aproveitamento do conhecimento técnico na estrutura da Yamaha.
Um dos aspectos técnicos específicos que Dovizioso tentou transmitir relacionava-se com os dispositivos de ajuste de altura da moto, área onde a Ducati havia desenvolvido soluções mais avançadas e foi pioneira. ‘Nesse momento, ele veio e explicou que o dispositivo da Ducati era automático. Porque claro, na Yamaha era manual’, explicou Forcada, detalhando uma das principais diferenças técnicas entre as duas marcas.
O processo de desenvolvimento que se seguiu ilustra bem as dificuldades enfrentadas pela Yamaha: ‘Então desenhámos um sistema automático para o dispositivo de arranque, e no final não o usámos. Primeiro, porque Fabio disse que não o queria, nesse momento não o queria usar. E porque era muito complicado, porque havia muitas peças pequenas, havia muitas coisinhas, que no final em competição são um mau negócio.’
A resistência de Quartararo ao sistema automático e a complexidade técnica impediram a implementação desta inovação, demonstrando como fatores humanos e técnicos podem condicionar o desenvolvimento.