"Sei que estarei, com certeza, no futebol. Como diz a assinatura da LPFP este ano, é o futebol que nos une a todos, sem exceção. Indubitavelmente, o futebol português vive momentos diferentes. Aqui ou em outro lado qualquer, estaremos todos a contribuir para um futebol muito mais positivo", afirmou o dirigente, potencial candidato às eleições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que vão decorrer em 14 de fevereiro de 2025.

Pedro Proença falava aos jornalistas no final de uma visita guiada à nova sede da LPFP, no Porto, um dia depois de a FIFA ter ratificado a atribuição do Mundial2030 à candidatura ibero-marroquina, num Congresso extraordinário realizado em Zurique, na Suíça.

"Eu sou um homem do futebol e a modalidade corre-me verdadeiramente nas veias. Diria que este é o grande legado que vamos deixar no futebol profissional. Onde é que iremos estar daqui dois, três ou quatro anos ou em 2030? Esperemos à volta do futebol, que é aquilo que nos une", salientou o também presidente da Associação de Ligas Europeias.

Portugal vai receber pela primeira vez o principal torneio planetário de seleções, cuja 24.ª edição passará pelos três maiores estádios nacionais - Luz e Alvalade, ambos em Lisboa, e Dragão, no Porto -, todos edificados de raiz para o Campeonato da Europa de 2004.

Marrocos repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, ao passo que a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982.

"Como portugueses, devemos estar todos muitíssimo satisfeitos por podermos organizar mais uma vez uma grande competição internacional, revisitando toda a envolvência de 2004. Isso só prova bem a capacidade de organização que nos é reconhecida no plano internacional", frisou Proença, a cumprir o terceiro e último mandato na LPFP, até 2027.

Antes de se fixar de forma quase integral em território ibero-marroquino, o Mundial2030 celebrará o centenário da prova com três partidas na América do Sul, ao passar por Argentina, Paraguai e Uruguai, anfitrião e vencedor da primeira edição, em 1930.

O torneio vai decorrer pela primeira vez em seis países e três continentes, numa altura em que a sua única organização conjunta foi assumida por Coreia do Sul e Japão, em 2002, cenário a ser repetido em 2026, fruto da aliança entre Canadá, México e Estados Unidos.

"Neste momento, imagino-me como uma pessoa extremamente satisfeita a inaugurar a Praça do Adepto [da nova sede da LPFP]. Quando chegámos, em 2015, a LPFP estava em insolvência técnica. A última década permitiu, por exemplo, criar esta infraestrutura, que tem um conceito único e aproxima-nos das boas práticas internacionais", agregou Pedro Proença.

A recém-construída sede da LPFP será inaugurada na sexta-feira, às 15:00, na freguesia portuense de Ramalde, praticamente dois meses antes do próximo ato eleitoral da FPF.

O advogado Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, é o único candidato oficializado à sucessão de Fernando Gomes, que exerce funções desde 17 de dezembro de 2011 e está prestes a finalizar o terceiro e último mandato permitido por lei.

Líder da LPFP desde 2015 e da Associação de Ligas Europeias há um ano, o ex-árbitro internacional Pedro Proença foi desafiado pelos clubes da I e II Ligas a candidatar-se à FPF em setembro, tendo apontado uma decisão para a próxima Cimeira de Presidentes do organismo regulador do futebol profissional português, ainda em data e local a designar.

Questionado sobre as suspeitas recentemente veiculadas pela imprensa de espionagem e escutas ilegais em processos eleitorais da LPFP, Proença lamentou uma situação "inenarrável", admitindo que "todos irão perceber a partir da próxima semana o porquê destes desenvolvimentos".

 

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