
Com o jogo frente ao Manchester United à vista, Paulo Fonseca abordou a sua suspensão de nove meses no futebol francês, depois de um incidente com o árbitro Benoit Millot durante uma partida contra o Brest. Está impedido de estar no banco e de comunicar com a sua equipa técnica em jogos nacionais até dia 30 de novembro, mas terá acesso aos balneários e à área do túnel a partir do dia 15 de setembro.
«A única coisa positiva disto é que tenho outra perspetiva do jogo. É fácil ver as coisas de onde estou agora. Mas o mais difícil é não poder ter contacto com os jogadores antes e durante os jogos. Ou nos intervalos. É mais complicado lidar com as coisas. Mas nós estamos bem organizados e preparamos tudo muito bem. Mesmo comigo longe, as coisas estão a correr bem», disse, em entrevista ao The Guardian.
No entanto, Paulo Fonseca considera a suspensão exagerada: «Inacreditável. Claro que o que eu fiz não está certo e devia pagar por isso. Mas eu gritei com o árbitro, não lhe toquei nem cometi qualquer ato de violência. Querem fazer de mim um exemplo no futebol francês, penso que estou a pagar, não pelo que fiz, mas pelo momento em que estamos. Eu não devia ser um exemplo, devia apenas pagar pelo que fiz».
Em antevisão do jogo frente ao Manchester United, elogiou Ruben Amorim, referindo que «é difícil chegar sem tempo para trabalhar e só jogar jogos, como o Ruben chegou, ainda mais quando és um treinador com uma identidade clara. Mas acredito que, com tempo, ele fará grandes coisas e espero que as pessoas de Manchester apreciem a sua qualidade». Descreveu também o brilho nos olhos dos seus jogadores face à visita do clube inglês, citando que «este tipo de motivação pode fazer milagres».
O técnico ex-Milan afirmou também que a mentalidade do futebol italiano levou ao seu despedimento do clube italiano em dezembro: «Acho que a mentalidade na Itália é completamente diferente da inglesa, onde dão tempo ao treinador. Mas é a maneira que vivem o futebol por lá».