Primeiro foi o capitão da Seleção Nacional de râguebi, Tomás Appleton, e depois Carlos Amado da Silva, presidente da FPR, a recusarem mal-estar na equipa portuguesa ao ponto de os jogadores terem ameaçado fazer uma greve em protesto contra alegados pagamentos em falta, conforme avançou um site francês.

«Não ameaçámos diretamente fazer greve nenhuma. Vão sempre acontecer situações com as quais alguns jogadores não concordam, mas não ameaçámos fazer greve nenhuma», vincou à agência Lusa o capitão dos Lobos que se apuraram recentemente para o Mundial da Austrália, em 2027.

Carlos Amado da Silva explicou a A BOLA que, ao contrário do que foi noticiado, os prémios de jogo das partidas com África do Sul e Escócia estão liquidados, e justificou o que está em falta. «É mentira, esses prémios já foram pagos. O que ainda não está completamente liquidado é o prémio da qualificação para o Mundial da Austrália. Conforme combinámos com os jogadores, pagámos metade no dia 21 e vamos pagar o restante depois do jogo com a Irlanda, dia 12 de julho», esclareceu o dirigente.

«Temos problemas como toda a gente. Por exemplo, durante a qualificação pagámos quatro meses de ordenado aos atletas, que não são profissionais e não podem ficar sem ordenados. São médicos, engenheiros, veterinários e são requisitados pelo IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude), mas quem pagou fomos nós. Custou cerca de 300 mil euros e não nos pagaram, nem sei se vão pagar e quando», argumentou o responsável máximo da modalidade.

O artigo publicado em França avança também que há «tensão» entre os adjuntos do selecionador nacional, Simon Mannix, que teriam levado ao afastamento do preparador físico, Olivier Rieg, e do treinador de avançados, Olivier Azam. O presidente da FPR nega e explica que se tratam de questões contratuais e de opções técnicas, uma vez que não eram escolha de Mannix.

«Tem direito a escolher o seu staff, pelo qual responderá», assumiu a propósito das saídas de Rieg, Azam e do adjunto João Mirra e do analista José Paixão, elementos que tinham transitado da equipa técnica de Patrice Lagisquet - treinador dos Lobos no último Mundial - para a de Mannix.

«Esta decisão não é pessoal, sempre mantive uma ótima relação com as pessoas. Mas o selecionador nacional foi escolhido por nós e pela World Rugby, de uma grande lista de candidatos, e parece-me óbvio que teremos de lhe dar a possibilidade de constituir a sua própria equipa», rematou.