A passagem de Nani pelo Manchester United ficou marcada pelo sucesso pessoal e pelos títulos que o antigo extremo português ajudou os red devils a conquistar.

Mas para lá dos 41 golos e as dezenas de assistências que fez em 230 jogos no clube inglês, há um outro episódio, passado em setembro de 2012, que marcou a passagem por Manchester do jogador que terminou a carreira já no decorrer da presente época, aos 38 anos.

O dia em que esmurrou Davide Petrucci, jovem médio italiano que jogava na equipa de reservas do Man. Utd.

E claro que esse episódio não poderia passar em claro na conversa que teve com o antigo companheiro de equipa, Rio Ferdinand, num podcast do antigo internacional inglês.

«Nós tínhamos tido uma disputa no treino, mas eu decidi não reagir. Depois, no balneário, chegou o Patrice [Evra] e o Anderson, e disseram que eu tinha estado bem em não fazer nada. E depois fui chamado ao gabinete de Sir Alex Ferguson, estava lá também o Ryan Giggs [capitão], e o mister pediu-me para lhe prometer que eu não iria fazer nada», começou por relatar, para depois revelar a conversa que teve com o técnico.

«O boss é homem e eu conheço-o: se alguém lhe desse um murro na cara, aceitava e ia para casa? E ele disse-me: ‘Não. Mas tu és mais do que isso, por isso diz-me que não vais fazer nada’. Então, prometi-lhe, apertei a mão a ele e ao Giggs e saí decidido a não fazer nada», garante.

A realidade, porém, é que Nani não cumpriu a promessa feita. E a culpa pode ter sido de outro jogador português que também jogava no Manchester United.

«Eu já estava no balneário a trocar de roupa e o Anderson a elogiar-me por não ter reagido e mostrar que sou profissional. Mas depois chegou o Bebé – lembram-se do Bebé? – e disse: ‘Não, o Nani devia matá-lo porque ele agora está no ginásio a gabar-se aos amigos que bateu ao Nani porque ele estava a falar demasiado’», continuou.

Segundo o relato, foi nessa altura que decidiu ir confrontar Petrucci e deparou-se com o cenário descrito por Bebé, mas com um detalhe extra.

«Ele tinha calçado umas luvas de boxe, com o treinador e os amigos ao pé, a simular uns murros e todos à gargalhada. E quando o confrontei por se estarem a rir de mim e a gozar com os murros, chamei-o à parte e - juro-te, Rio: só queria falar com ele, porque tinha prometido ao boss. E disse-lhe que ele estava a abusar, já com vários episódios anteriores. E a resposta dele foi ‘tu falas demasiado’ e cresceu para mim…», e a promessa foi ao ar.

«Quer dizer, bate-me três vezes na cara, vou falar com ele calmamente e ele ainda crescer para mim? Tive de lhe dar uma lição e fazer o meu trabalho», resumiu.

Mas se gosta de finais felizes, esta história também tem um. Foi com isso que Nani terminou o relato.

«Mas atenção, Rio, ainda somos amigos, ouviste? Ainda somos amigos», garante sobre o italiano de 33 anos que alinha na Serie C italiana, ao serviço do Messina.