
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou esta quinta-feira a Israel Premier Tech, equipa de ciclismo convidada a sair da Volta a Espanha pelo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, por "não ceder a ódio e intimidação".
A equipa tem sido alvo de muitos protestos pró-Palestina, que tem interrompido as etapas, além das muitas bandeiras palestinianas que se podem ver nas partidas, chegadas, e ao longo do traçado, culminando numa chegada, em Bilbau, que acabou anulada devido à quantidade de manifestantes na estrada, na quarta-feira.
"Bom trabalho à equipa, sem ceder ao ódio e à intimidação. Vocês orgulham Israel", escreveu hoje Netanyahu, na rede social X.
Embora não o mencione, a mensagem do líder israelita segue-se a um apelo do ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, que se disse "a favor" da saída da Israel Premier Tech, após a organização, e vários outros políticos locais, terem sugerido esta medida como forma de proteger o pelotão.
"Temos de enviar uma mensagem a Israel, e à sociedade israelita, que a Europa e Israel só podem ter relações normais quando forem respeitados os direitos humanos", afirmou o governante.
Se a organização da corrida condenou os riscos para a saúde dos ciclistas dos protestos, considerou também que "respeita e defende o direito à manifestação pacífica", com o diretor técnico, Kiko García, a sugerir que esta se retirasse, ou então que a União Ciclista Internacional (UCI) interviesse.
"A certo ponto, alguém terá de decidir se protegemos um evento internacional como é a Vuelta, ou uma equipa", disse, convidando-a a retirar-se para proteger o pelotão, que hoje também foi interrompido, na aproximação à subida final da 13.ª etapa, por manifestantes.
A equipa, por seu lado, respondeu considerando que essa tomada de posição "estabeleceria um perigoso precedente para a modalidade", e a UCI, que baniu equipas russas e impede ciclistas daquele país de ter bandeira associada, condenou o incidente, sem apontar para qualquer decisão.
O Governo espanhol reconheceu o estado da Palestina em 2024.