A análise de Martín Anselmi, na sala de imprensa do Mercedes-Benz Stadium, à derrota do FC Porto contra o Inter Miami (2-1), na segunda jornada do grupo A do Mundial de Clubes.

— Depois de uma primeira parte controlada, o que ficou a faltar ao FC Porto para sair com a vitória?

— A primeira parte não esteve controlada. O Inter colocou muita gente no corredor central e controlou a posse de bola. Começámos a ganhar e criámos bons ataques nos quais poderíamos ter feito um segundo golo, ampliar o marcador e gerir o jogo de outra forma. Eles controlaram o jogo, custou-nos recuperar a bola porque faltou-nos um jogador no meio-campo. Sabíamos que se jogasse o Segovia, iria formar um quarteto com Busquets, Cremaschi e Messi, que deambula por qualquer setor. Entendi que a solução, numa fase inicial, passava por subir o Martim Fernandes que podia encaixar no Segovia. Sabia que tínhamos um elemento a mais na defesa, hesitámos em gerir essa situação. Ao intervalo, tentei solucionar a situação, mantendo os jogadores. Temos de lamentar o facto de não termos feito o segundo golo, porque eles têm jogadores que podem empatar o jogo a qualquer momento. Taticamente sou responsável, tinha aí a solução e tinha que tê-la analisado antes. Quando corrigimos, jogámos no meio-campo adversário, mas não conseguimos empatar. Sabia que tínhamos de alterar, alterámos, mas quando acertámos na tecla da solução, já estávamos em desvantagem.

— Que consequências acha que isto vai ter para a equipa no próximo jogo e para o que vem na próxima temporada? O FC Porto teve duas caras neste jogo.

— Temos de fazer o nosso trabalho, ganhar o nosso jogo por alguns golos e esperar o resultado do outro jogo. Temos de pensar assim. Essa é a nossa essência e vamos realizar o nosso trabalho.

— O nível do Inter Miami é superior ao que esperava? Havia quem dissesse que não deveriam estar no torneio porque não ganharam a MLS. O que pode dizer da exibição do Messi?

— Falar de Messi não é descobrir nada. Já viram o que ele continua a fazer em campo. Eles competiram muito bem e ganharam bem. Tem jogadores com muita qualidade e há que ser estar supercompetitivo para roubar-lhes a bola e evitar que criem perigo. Hoje estiveram bem. Falar se deveriam estar aqui ou não, não é da minha competência.

— Quanto custou não marcar o segundo golo?

— Há que lamentar contra estas equipas, que tem jogadores que a qualquer momento podem empatar ou criar perigo. Há que lamentar. Temos de ser eficazes como eles foram. Não quero ficar com o resultado, gosto de assumir as responsabilidades. Tenho de ver o jogo a partir do jogo e não apenas pela eficácia. A eficácia é uma estatística, claro que se és eficaz, maior probabilidade tens de ganhar.