
O selecionador português de basquetebol, Mário Gomes, garantiu à agência Lusa, no arranque dos trabalhos rumo ao Europeu de 2025, que o ambiente é o melhor no seio da equipa das quinas, "propício a trabalhar-se bem".
"O estado de espírito é o habitual, normalmente é bom. Isto é um grupo que gosta de estar junto, para além de gostar de vir à seleção, não só com sentido de dever, mas com prazer também", explicou o técnico luso.
Com a fase final a mais de um mês de distância -- arranca em 27 de agosto -, Mário Gomes fala de um grupo de "amigos", no qual, "extra basquetebol", todos "gostam muito de estar uns com os outros", havendo, portanto, "todas as condições para que as coisas corram bem".
"Desta vez, é também normal que a motivação seja maior ainda, porque vamos participar na fase final do Campeonato da Europa, onde Portugal já não marcava presença há 14 anos", frisou à Lusa Mário Gomes, lembrando que se alguns terão outras oportunidades, para outros "é um objetivo de vida que se cumpre".
Portugal vai realizar treinos, numa primeira fase, em Coimbra e no Luso, até rumar a Espanha, para três jogos de preparação, o primeiro com a seleção principal espanhola, em 05 de agosto, em Málaga.
"Vamos tentar montar tudo aquilo que é o arsenal tático da equipa, quer defensivo, quer ofensivo, nestas duas semanas, em que vamos fazer quatro treinos em Coimbra e o resto no Luso. Fundamentalmente, montar tudo aquilo que é a tática, ou pelo menos o essencial da tática defensiva e da tática ofensiva", explicou.
Tendo em conta que é o início da época, haverá também "alguma carga de treino mais própria do período preparatório do que propriamente do período competitivo".
"Vamos procurar misturar as duas coisas porque a equipa tem de estar preparada taticamente, mas também fisicamente. Temos de acelerar as coisas de maneira a que na terceira semana já estejamos aptos a jogar, de forma a podermos tirar ilações", disse à Lusa o técnico português.
Portugal tem seis jogos de preparação marcados, o que se situa entre o pretendido e o que se conseguiu.
"Há um aspeto que me preocupa, que é fazermos o último jogo no torneio de Braga no dia 16 [de agosto] e daí até ao dia 27, que são 11 dias, não termos jogos, a não ser um jogo de treino [com o Sporting, em 21 de agosto] que não é a mesma coisa", especificou, acrescentando: "Dificilmente chegaremos ao Campeonato da Europa com o ritmo com que gostaríamos de chegar".
Mário Gomes, que comanda a seleção desde 2017, lamenta não poder fazer "dois jogos a doer" nessa última semana antes do Eurobasket2025, mas manifestou-se satisfeito com os adversários de Portugal, equipas "mais fortes" do que a seleção lusa, "porque é isso que permite evoluir".
"Vamos jogar contra a Espanha duas vezes, contra a equipa A e contra a equipa B, que também é uma equipa fortíssima, contra a Argentina, que é a número oito do mundo, e, depois, contra a Islândia e a Suécia, que, tendo um nível teoricamente mais baixo, também estão acima de nós no ranking e, portanto, vão ser um bom teste", analisou.
Em resumo, e mesmo faltando jogos, o que "não vai servir de desculpa para nada", Portugal tem de tirar o melhor partido do que tem: "Vamos aproveitar tudo o que pudermos e vamos estar nas melhores condições possíveis para competir no dia 27 [de agosto, dia do jogo de estreia na fase final, com a República Checa".
No Eurobasket2025, a formação das quinas vai defrontar a Sérvia, a coanfitriã Letónia, a República Checa, a Turquia e a Estónia no Grupo A, em Riga, e estreia-se em 27 de agosto, frente aos checos.
Os comandados de Mário Gomes defrontam em seguida os sérvios (29 de agosto), os turcos (30 de agosto), os letões (01 de setembro) e os estónios (03 de setembro).