A noite desta terça-feira foi de festa para Portugal e para o futebol feminino português, logo após o desenlace risonho diante da Chéquia. Carimbado o acesso ao Euro 2025 - terceira presença de sempre e consecutiva em toda a história -, o zerozero aproveitou para conversar com Vanessa Marques, uma das titulares na estreia absoluta da equipa das Quinas na prova, então no Euro 2017, sobre mais um objetivo alcançado pelas navegadoras

«Seleção mais do que pronta para estes patamares»

Nas primeiras palavras dirigidas ao nosso portal, rapidamente, a avançada do Racing Power demonstrou satisfação pelo apuramento: «É totalmente meritório da parte da nossa seleção. Aos poucos, temos mostrado o que é realmente a seleção portuguesa, o que é um grupo de trabalho, uma equipa e uma família.»

Festa rija após o apuramento em solo checo @FPF

«Ao longo dos anos, Portugal tem dado os passos para a evolução. As jogadoras, o próprio staff, as pessoas envolvidas têm todas o mesmo pensamento», detalhou com a naturalidade de quem, ao longo dos anos, viveu de perto as sucessivas conquistas da equipa nacional.

«É um orgulho, enquanto jogadoras, podermos representar o nosso país e elevar principalmente Portugal a este tipo de competições», frisou ainda.

Retrocedendo até 2017 ao afamado duelo com a Espanha - estreia de Portugal em Euros -, chegar, de forma assídua, a fases finais já passava pela cabeça de Vanessa por essa altura?

«Sabíamos que poderíamos chegar! O facto de darmos passos estáveis e não demasiado grandes, deu-nos consciência das dificuldades que poderiam surgir no caminho. É um percurso que não decorre só desde há sete anos, mas de outras seleções que também representaram o nosso país. É um caminho que se foi traçando. A seleção está mais do que pronta para estes patamares!», garantiu.

«Fase a eliminar? Não tenho dúvidas: será em 2025!»

Com o currículo prestes a enriquecer com a quarta presença em fases finais - entre os Europeus, há também a presença no Mundial 2023 -, uma dúvida bem natural surge no horizonte: será possível atingir o patamar nunca alcançado, as eliminatórias? Na ótica da 10ª internacional com mais golos pela equipa nacional, essa é a etapa que está por vir.

Diana Silva foi peça-chave para amealhar o objetivo @FPF

«Acredito plenamente nas nossas capacidades. Já representei Portugal e sei que temos a estrutura para o fazer. É manter a nossa humildade, a nossa família, acreditar no processo, acreditar umas nas outras e, se todas tiverem o mesmo pensamento, não tenho dúvidas que esse momento será já em 2025», reforçou.

De fora, mas por perto: «Falo diariamente com elas»

Presente em todos os grandes torneios até à data, Vanessa Marques experimentou um lado pouco conhecido na carreira: ver os acontecimentos do lado de fora. Sem minutos na caminhada até ao Euro 2025, a avançado mantém as esperanças no regresso à equipa das Quinas, embora tenha garantido que o apoio às companheiras de seleção continua intocável.

«Mantenho a minha conexão com a equipa, porque muitas das jogadoras são realmente minhas amigas. Mando-lhes mensagens, falo diariamente com elas e continua a ser acarinhada por todos. Vivo as coisas de igual forma», explicou: «Quero sempre o melhor para a nossa seleção, porque, apesar de não ter estado presente nesta fase de qualificação, estou a trabalhar para ter novamente a minha oportunidade e sei que o momento vai chegar.»

Vanessa a festejar um dos golos anotados até ao Mundial 2023 @FPF/Hernâni Pereira

Perto do desfecho da conversa com o zerozero, Vanessa Marques reavivou «o grande motivo de orgulho» que ouvir o hino nacional representa em eventos como o que vai decorrer na Suíça, relembrando também a atmosfera que fervilha entre as jogadoras.

«É uma sensação única e inexplicável. Eu que passei por diferentes Euros e em diferentes qualificações, cada momento marca-nos com a sua particularidade. Portanto, o grupo de trabalho, com a ligação criada neste tipo de apuramentos, torna-se mais forte», rematou.

Inserido no Pote 4 do sorteio para a competição, Portugal terá mais uma dose de transcendência pela frente. Com os grupos ainda por definir, as Navegadoras têm em mira possíveis embates com algumas das seleções mais conceituadas do mundo, num emparelhamento que colocará Espanha, Suíça, Alemanha ou França na rota lusa.

Uma trama para seguir de perto nos meses que faltam até ao certame...