GD Chaves e Marítimo - dois históricos adormecidos do futebol português, que habitam, tradicionalmente, no primeiro escalão nacional - defrontaram-se, este domingo, em jogo a contar para a jornada 20 da Liga Portugal 2. Depois de uma primeira parte com pouco brilho, os dois conjuntos igualaram-se (1-1) num segundo tempo com mais emoção, onde a razão deu lugar ao coração.
Enquanto os Valentes Transmontanos apresentaram apenas uma alteração no onze inicial em relação à última jornada - Rui Gomes saltou das escolhas de Marco Alves e deu lugar a Alberto Soro -, Ivo Vieira realizou uma 'mini-revolução' no seu onze titular - foram cinco as alterações efetuadas, que levaram a uma frente de ataque praticamente renovada.
Os primeiros minutos em Chaves foram pautados pela falta de atrevimento, criatividade e arrojo por parte de ambos os conjuntos, prejudicando, assim, a partida em termos de espetáculo. A formação caseira apresentou algumas dificuldades no último terço - falta de critério face à solidez defensiva do Marítimo -, enquanto a turma insular foi vítima da falta de entrosamento entre os seus atletas - devido às diversas mudanças no onze que iniciou a partida.
Pedro Pelágio protagonizou a única oportunidade de maior perigo no primeiro tempo. Aos 17 minutos de jogo, o médio armou um forte remate, a longa distância, e tentou surpreender Gonçalo Tabuaço, que foi um mero espetador enquanto o esférico passou a milímetros do poste esquerdo do Marítimo. Os restantes minutos foram pobres em termos de iniciativas ponderadas, muito devido à falta de imaginação e inspiração de ambas as equipas. Reinou, assim, o nulo na ida para os balneários.
Até ao último esforço
No reatar do encontro, os maritimistas apresentaram-se com energia renovada nas quatro linhas, mas foram surpreendidos por um contra-ataque rápido - e letal - dos flavienses. Aarón Romero arrancou pelo corredor esquerdo e lançou um cruzamento venenoso para o interior da área, travado de forma incompleta por Gonçalo Tabuaço. Higor Platiny (47') estava na posição certa, à hora certa, e atirou a contar, inaugurando as hostilidades em Chaves.
Daí em diante, e face à desvantagem no marcador, a formação comandada por Ivo Vieira correu atrás do prejuízo e teve um ligeiro crescimento em termos de oportunidades de perigo. A equipa madeirense atacou os espaços com conta, peso e medida e foi feliz perto do final. Carlos Daniel (85') converteu de forma exímia um pontapé livre, a longa distância - o médio encheu o pé e anotou o tento da igualdade com uma bela finalização.
Até ao final, as oportunidades de maior perigo pertenceram ao Marítimo, mas a turma da casa soube sofrer e o marcador não sofreu qualquer alteração, mantendo-se a igualdade a uma bola. Com este resultado, os flavienses ampliam a senda de jogos sem conhecer o sabor da derrota - são já quatro encontros consecutivos a pontuar -, mas desperdiçam a oportunidade de atacar o pódio da II Liga. Já Ivo Vieira continua sem triunfar no regresso ao comando técnico do Marítimo.