
Para passar a fase de grupos, basta marcar na segunda parte. Este é o lema da Seleção Nacional sub-19 que garantiu o apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa ao vencer os Países Baixos por 2-0.
Numa primeira parte pautada pelo equilíbrio, as duas equipas trocaram remates aos postes: Jade Van Hensberg desferiu uma bomba à trave aos 10', treze minutos antes de Joana Valente retribuir a gentileza na marcação de um pontapé livre. Portugal terminou os primeiros 45 minutos por cima da partida, mas foi incapaz de materializar o domínio em golos.
A tendência inverteu-se na segunda parte, da marca dos 11 metros. Após Luisa Brás ter sido travada em falta dentro da área, Marta Gago converteu o penálti que inaugurou o marcador. A turma das Quinas não tirou o pé do acelerador e voltou a faturar aos 70'. Na sequência de um pontapé de canto, Dária Kaminska apareceu ao primeiro poste para ampliar a vantagem lusa.
A Seleção Nacional ainda sonhou com o primeiro lugar do grupo, mas um golo da Espanha diante da Inglaterra aos 90+6' atirou a turma de Marisa Gomes para o segundo posto. Ainda assim, o apito final em Mielec, na Polónia, espoletou a euforia lusa.
Pela segunda vez em outras tantas participações, a Seleção Nacional garantiu o apuramento para as meias-finais do Europeu sub-19 e a qualificação para o Mundial sub-20. Segue-se um duelo diante da França, na terça-feira, por um lugar na final.
«É uma barreira que deixa de existir»
No final da partida, Marisa Gomes realçou a magnitude do marco conquistado pelas comandadas: «Não entrámos muito bem no jogo. Tivemos ali 20 ou 30 minutos em que não tivemos a nossa identidade. Encontramo-nos depois e fomos sendo mais resilientes e começámos a acertar na pressão. Já na primeira parte poderíamos tivemos oportunidades para chegar ao intervalo com outro resultado. É um feito para estas jogadoras, para os clubes e para o futebol feminino português. É uma barreira que deixa de existir. Todas as pessoas que trabalham no futebol feminino português merecem estas conquistas.»