
É mais um capítulo na guerra entre clube e SAD do Boavista. O Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia rejeitou a tentativa do Boavista Futebol Clube de impugnar o PER, validando o plano apresentado pela administração da SAD, atualmente 16.ª classificada da Liga, informou esta quinta-feira a Lusa. Segundo o portal Citius, o tribunal não deu provimento ao recurso interposto pelo clube liderado por Rui Garrido Pereira, que alegava irregularidades no depósito do plano de pagamentos e questionava a sua exequibilidade.
O tribunal considerou o recurso «manifestamente extemporâneo, caso fosse legalmente admissível» e também rejeitou as contestações apresentadas pelo fundo EOS e pela sociedade BTL, ambos sediados na Irlanda e incluídos na lista provisória de credores da SAD do Boavista. Relativamente aos recursos submetidos em abril pelo clube, pelo EOS e pela BTL, foi esclarecido que os mesmos são inadmissíveis, dado que a decisão impugnada não constitui a decisão final do processo nem se enquadra em decisões interlocutórias passíveis de recurso.
A SAD do Boavista, liderada por Fary Faye, apresentou o plano de pagamentos no dia 29 de abril. O clube, no entanto, defende que o prazo para o depósito terminou a 24 de abril, considerando o plano inválido. Além disso, o clube, que detém 10 por cento do capital social da SAD, alegou não ter sido incluído nas negociações e questionou a viabilidade do plano, apontando a ausência de garantias e a falta de intenção de pagamento pela utilização de bens pertencentes ao credor Boavista. O PER, aprovado em novembro de 2024, visa permitir que empresas em dificuldades económicas ou em insolvência iminente negociem acordos com os credores. A administração da SAD alertou anteriormente que, sem esta aprovação, a única alternativa seria a insolvência e consequente liquidação da SAD, comprometendo a recuperação dos créditos e as expectativas dos credores.