Depois de Fernando Gomes, recém-eleito presidente do Comité Olímpico de Portugal, ter negado qualquer tipo de apoio a Pedro Proença na candidatura ao Comité Executivo da UEFA, a Federação Portuguesa de Futebol reuniu com caráter de urgência na manhã desta segunda-feira e pronunciou-se sobre os pontos discutidos através de um comunicado.

O órgão agora comandado por Pedro Proença acusou Fernando Gomes de comprometer o processo eleitoral em questão e explicou que vai pedir a intervenção do Governo nesta temática.

«A importância de ter um representante português neste órgão, por todos reconhecida, tendo em conta os diversos projetos que se avizinham, nomeadamente a candidatura à organização do Campeonato da Europa Feminino em 2029 e a organização conjunta com Espanha e Marrocos do Campeonato do Mundo, não pode ser colocada em causa. Deve, antes, ser promovida e defendida por todos os agentes e entidades do Desporto Português.

A FPF empenhou-se de forma ativa e comprometida nesta eleição, depositando neste processo todas as energias dos recursos envolvidos e com real perspetiva de sucesso, após a formalização do nome de Pedro Proença como candidato a este cargo, ainda na vigência do mandato da anterior Direção.

O país viu-se confrontado, contudo, com uma tomada de posição por parte do Presidente do Comité Olímpico de Portugal, informando as 55 Federações que constituem o caderno eleitoral da UEFA de que não apoiará a candidatura nacional que, repita-se, o próprio propôs e formalizou em fevereiro.

Neste contexto, o interesse nacional e a própria eleição do candidato nacional neste processo eleitoral fica seriamente comprometida pelo impacto que a posição assumida pelo Senhor Presidente do Comité Olímpico de Portugal infligiu na credibilidade das mais relevantes instituições desportivas nacionais, que dificilmente será reversível em tempo útil.

Perante o exposto, em reunião convocada com caráter de urgência, a Direção da Federação Portuguesa de Futebol decidiu:
- Registar com apreço as manifestações públicas de apoio dos diversos agentes do Futebol Português, num sinal da agregação em torno do projeto apresentado e sufragado por esta Direção, unindo o Futebol Português.
- Pedir audiência com caráter de urgência ao Governo para avaliação dos impactos face aos compromissos assumidos, nomeadamente, a candidatura à organização do Europeu Feminino 2029 e a organização do Campeonato do Mundo 2030;
- Enviar uma exposição ao Conselho de Ética do COP para avaliação da atuação do Presidente do Comité Olímpico de Portugal.

Não obstante ser claro para o país desportivo que a representação nacional no Comité Executivo da UEFA pode estar claramente em causa, a Federação Portuguesa de Futebol mantém ativos os esforços para conseguir atingir o objetivo inicial», podia ler-se no comunicado.