
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Para além de contar com passagens por oito países no estrangeiro, há outro dado que se destaca no trajeto desportivo de Gustavo Ribeiro: o ex-jogador chegou a internacional de futebol de praia.
De forma natural, esta situação foi tema de conversa na passagem de 'Guti' pelo nosso podcast. Afinal de contas, como se deu este 'empréstimo' ao futebol de praia e à Seleção então comandada por Zé Miguel?
«Na altura em que estava para ir para o Montijo, perguntei ao Bruno Silva, guarda-redes da seleção de futebol de praia, se havia forma de ir trabalhar para o restaurante do pai dele limpar pratos porque queria juntar dinheiro para comprar umas chuteiras melhores. Acabei por ir trabalhar para o tal restaurante e houve uma vez que a seleção foi lá jantar. Eu estava na cozinha a lavar os pratos e lembro-me que o Zé Miguel, o treinador, veio ter comigo "Oh Guti, estás a jogar no Montijo, certo? Não queres vir fazer uns treinos de captação à seleção de futebol de praia?". Isto porque ele conhecia o meu trajeto no relvado e queria ver se eu me adaptava à areia», começou por contar Gustavo Ribeiro, que foi ainda mais longe:
«Lembro-me de ele me perguntar logo se eu tinha passaporte porque Portugal ia disputar o Mundial poucas semanas depois. Jogadores como Madjer, Belchior e Marinho estavam lá e comecei a treinar na semana seguinte. Limpava pratos de manhã no restaurante, ia com o Bruno Silva para o treino à tarde em Cascais e voltava à noite para o restaurante limpar pratos.»
O resultado? A convocatória para o Mundial de 2006, onde marcou quatro golos.
«Eu não tinha a sensibilidade que eles tinham para levantar a bola e assim, mas tinha um remate muito pronto, era um/dois segundos mais rápido do que os outros na finalização. Lembro-me que, no fim do primeiro treino, o selecionador disse-me para avançar com o passaporte porque ia ao Mundial», rematou.