Depois da excelente campanha na Conference League ao serviço do Vitória SC, Rui Borges não foi tão feliz na sua tarde de estreia na Liga dos Campeões e o Sporting acabou derrotado na visita ao RB Leipzig.

Dois motivos tornam o resultado mais lamentável para os leões. Desde logo o facto do adversário ter chegado a este jogo sem qualquer ponto e matematicamente eliminado, enquanto os leões estão ainda na luta pela passagem, mas também porque houve momentos em que a equipa verde e branca dificultou a sua própria tarefa - o golo do 2-1, logo a seguir ao empate, foi um lance recheado de erros.

Assim, o Sporting soma a terceira derrota consecutiva na prova e chega ao fim da sétima jornada com os mesmos 10 pontos que tinha após quatro jogos. Decidirá em casa, frente ao Bologna, o seu futuro europeu.

Entrada inconsistente

Mesmo com um novo treinador, e consequentemente com novas peças e dinâmicas no comportamento coletivo, o leão mostrou o mesmo que em tantas outras noites europeias fora de casa: a incapacidade para controlar o jogo.

A equipa portuguesa até entrou com algum atrevimento, mas as iniciativas ofensivas acabaram quase sempre com os impacientes e prematuros remates de Conrad Harder, que voltou a aproveitar os problemas físicos de Gyökeres para ser titular. Terminado o primeiro quarto de hora, começámos a ver o RB Leipzig numa das suas melhores versões nesta edição da Liga dos Campeões...

Sesko apareceu ao segundo poste para abrir o marcador @Getty /
Ora, aos 18 minutos Openda ameaçou o golo e logo de seguida foi o promissor Benjamin Sesko a fazer o 1-0, marcando pelo quinto jogo em sucessão. Demérito de Geny Catamo no momento defensivo, ao permitir que David Raum recebesse com tranquilidade e fizesse o passe fatal. Raum, lateral esquerdo alemão, seria mesmo a grande figura do primeiro tempo, já que, além da assistência, ainda teve um tento anulado e travou em cima da linha o que seria um golo de Fresneda.

As coisas não estavam a correr bem e pioraram ainda mais quando St. Juste saiu por lesão, num acontecimento que já nem sequer surpreende os mais otimistas dos adeptos. Ainda assim, a entrada de Gonçalo Inácio veio dar ao Sporting um maior conforto em posse e isso gerou uma série de ocasiões perigosas. Maxi Araújo, Harder, Fresneda e Debast ameaçaram o empate, mas nenhum o conseguiu.

A crença durou pouco

A segunda parte começou com um agigantar dos alemães, que em apenas dois lances (um falhanço de Xavi Simons e um remate ao poste de Haidara) convenceram Rui Borges de que não podia mais adiar as alterações que a equipa indiretamente exigia.

Sueco voltou a entrar para marcar - seis golos na Champions @Getty /
Gyökeres Bragança e Morita, quais vingadores, entraram em campo e dois deles combinaram para fazer o empate. O médio português fez um passe para a profundidade e o sueco, depois de bater Orban em drible, fuzilou a baliza com o seu pé esquerdo. Era exatamente do seu maior goleador que o Sporting precisava.

O que o Sporting garantidamente não precisava era que o Leipzig voltasse à vantagem apenas três minutos depois, ainda por cima num lance tão caótico quanto desesperante, já que uma série de erros, ressaltos e tropeções levaram Yussuf Poulsen ao golo. Israel saiu em falso e também Ricardo Esgaio, acabado de entrar, ficou muito mal na fotografia...

É a 14ª derrota do clube em 16 jogos em solo alemão, mas mais do que isso é a primeira derrota (regulamentar) sob o comando do novo treinador. Seria um desastre a eliminação nesta fase - especialmente tendo em conta um arranque que deixava os leões no segundo lugar ao fim das primeiras quatro jornadas -, de maneira que o último jogo ganha contornos importantíssimos.