Depois de triunfos frente ao Maccabi Tel Aviv e do empate em Vila do Conde, Martín Anselmi vai fazer o primeiro jogo com treinador do FC Porto no Dragão e logo num Clássico contra o Sporting. Na antevisão ao jogo, o treinador analisou o mercado de transferências, falou sobre Gyökeres e do trabalho desenvolvido com o plantel portista até ao momento:

Como encara a possibilidade de estrear no Dragão e logo num Clássico:

«Creio que desde o momento que queremos ser treinadores que nos preparamos para este tipo de jogos e de cenários. Nesse aspeto, encaro o jogo com muito entusiasmo e estar pela primeira vez no nosso estádio com os nossos adeptos. Este é um dos jogos mais bonitos que podemos jogar.»

Dos dois jogos já realizados, gostou mais de ver a equipa jogar com um médio como central ou de três centrais de raiz juntos:

«Cada jogo é um contexto diferente. Não é ter gostado mais de um médio ou de um central. Estamos há pouco tempo a trabalhar com este plantel e durante o trabalho vamos percebendo o que cada um pode dar e em que função podem desenvolver-se melhor. Em determinados jogos podemos precisar de um jogador com mais características de médio e num outro, um jogador com mais características de central. Por exemplo, no Cruz Azul utilizámos um central e também um médio em diferentes torneios. No outro dia acabámos o jogo com uma linha de quatro. Não quero agarrar-me a um sistema porque pode alterar se e função do adversário.


Rui Borges não confirmou, mas Gyokeres deve jogar contra o FC Porto. Como pensa travar o avançado do Sporting?

«Não podemos controlar a equipa titular do adversário. Temos de estar preparados para qualquer ‘onze’ ou para qualquer substituição. É um avançado que todos conhecem, sabem as suas qualidades. Os dois avançados têm características diferentes, mas temos de estar preparados para controlar quer um, quer o outro. Sabemos que é um avançado que gosta de atacar o espaço e é forte. O central tem de preparar-se para defender a esse tipo de jogador. Sabemos das suas qualidades, mas o nosso plano defensivo não pode ser focado num jogador. Estamos preparados para defender o Sporting.

Que sinais deu a equipa durante esta semana depois do último jogo?

«No final, o volume ofensivo do rival e o que é capaz de fazer já sabemos. Temos de saber o que somos capazes de fazer. Fizemos um jogo na Liga Europa, no quial não sofremos golos. E no último jogo, o Rio Ave apenas foi capaz de criar perigo através de erros não forçados. Quando estivemos em organização defensiva, estivemos bem. Este jogo requer concentração máxima, os duelos vão ser fundamentais. É importante estarmos juntos durante o maior número possível de tempo e ter consciência de que jogamos em casa e que a bola tem de ser nossa.

Após o fecho do mercado, sente que o grupo lhe dá garantias para lutar pelo campeonato e Liga Europa?

«Se falta alguma peça, o mercado está fechado. Estamos contentes da forma como estamos a trabalhar, temos plantel jovem, mas com muita vontade de aprender e melhorar diariamente. Até junho vamos ter uma ideia melhor da forma como podemos reforçar plantel no verão. Para já, estamos satisfeitos com plantel. Obviamente tivemos perdas importantes, mas não encontrámos rapidamente jogadores com as mesmas características e decididos ficar como estávamos.

Temos de estar preparados para competir, nada mais. Não controlo o vento, as decisões do árbitro, como acordou o adversário ou o que vai fazer o seu treinador. O posso controlar é o que se passa em campo. O que está fora, é ruído

É mais difícil trabalhar depois de um jogo marcado por dois erros determinantes? A equipa já tem a sua força e marca?

«São coisas diferentes. Uma coisa é a competitividade, a forma como a equipa competiu nos jogos que já fez, algo que tem de estar sempre presente e que creio amanhã não faltará. Tivemos oito sessões de treino e temos de dar informações pontuais para que os jogadores comecem a fluir melhor em campo. A parte defensiva é mais simples, é mais fácil destruir do que construir. Em relação à parte ofensiva requer muito trabalho, interpretação e entendimento que se vai começar a notar jogo após a jogo. Depois da Liga Europa, vamos ter a primeira semana limpa e vamos tentar aproveitar para trabalhar conceitos que estão a faltar. A competitividade e a força já se viram. No jogo anterior baixámos o número de passes que o adversário fez após perdermos a bola. Mostrámos esses números aos jogadores porque queremos melhorar. A expetativa de golos contra foi 1,54, mas este número foi influenciado por uma transição que eles tiveram. Em organização defensiva, concedemos apenas 0,40 e pouco, é menos de meio golo num jogo. É uma expetativa de golo contra muito baixo. Por outro lado, a expetativa de golos a favor foi de 2,3 e não tivemos nenhum penálti a favor. São dados que mostram se estamos a ser competitivos ou não. Com o Sporting será mais difícil, mas vamos repetir o esforço. Podemos melhorar os dados físicos, mas temos tudo controlado e sabemos onde vamos.»

O que podem acrescentar os reforços William e Tomás Pérez?

«O William está apto para ser convocado. Em relação ao Tomás, falta-lhe o certificado, mas vai chegar durante o dia. O William é muito rápido, forte no um contra um e é um canhoto que joga pela esquerda. É difícil encontrar extremos que gostam de jogar no flanco do seu pé dominante. É verdade que jogou nas duas alas no São Paulo, mas ultimamente foi mais utilizado na esquerda. O William é um miúdo e vai ter de adaptar-se. Já o Tomás é um médio que pode jogar como líbero ou no meio-campo. É um rapaz muito inteligente para jogar e nestes dias percebemos que entende muito bem o jogo e tem voz de comando. Integrou-se com personalidade e sabe bem o que quer. Pode acrescentar compromisso e volume de jogo na construção, fá-lo muito bem.»

O que pode significar uma derrota com o Sporting na luta pelo título?

«Vou voltar ao mesmo. Não posso fazer futurologia. Preparo-me para competir e dar o máximo para ganhar. Depois do jogo disputado, podemos falar de tudo isso. Temos de estar preparados para competir, nada mais. Não controlo o vento, as decisões do árbitro, como acordou o adversário ou o que vai fazer o seu treinador. O posso controlar é o que se passa em campo. O que está fora, é ruído.»