A magia do Campeonato da Europa de futebol feminino ultrapassa em grande escala a luta pela conquista do troféu. A partir de dia 2 de julho, talentos emergentes, pesos pesados dos melhores clubes do velho continente e atletas que procuram reviver os momentos altos da carreira jogam o presente e o futuro na Suíça.

A última época de clubes lapidou vários diamantes que chegam em ponto de rebuçado a terras helvéticas para replicar nas seleções o que fizeram ao serviço dos respetivos conjuntos.

Em sentido contrário, o Euro é encarado por outrora figuras do futebol europeu como a oportunidade de regressar ao estrelato após uma época marcada por lesões e/ou problemas dentro e fora de campo.

Desta forma A BOLA apresenta-lhe dez talentos que podem aproveitar a estadia em terras helvéticas para responder a pontos de interrogação que surgiram ao longo da última época.

Vivianne Miedema (Países Baixos)

As lesões não apagam a genialidade, mas atraiçoam o progresso. Mesmo falhando quatro meses da época de clubes a lutar contra problemas físicos no joelho, a extrema neerlandesa somou 15 contribuições para golo em 19 jogos. O regresso aos relvados, dois meses depois, foi carimbado com um bis num particular contra a Finlândia. Inseridos num grupo de alta voltagem juntamente com Inglaterra e França, os Países Baixos necessitam de Miedema de regresso ao pico de forma para sonhar na Suíça

Georgia Stanway (Inglaterra)

Peça chave na conquista do Euro 2022 e na caminhada até à final do Campeoanto do Mundo em 2023, a média inglesa procura regressar à melhor forma na Suíça. Após sofrer uma lesão grave no joelho em meados de dezembro, a média do Bayern Munique falhou os últimos seis meses da época de clubes. O duelo contra Portugal (6-0) marcou um regresso ansiado por Sarina Wiegman, que finalmente volta a contar com a parceira ideal de Keira Walsh no meio-campo.

Lea Schuller (Alemanha)

Na primeira fase final desde a retirada internacional da avançada Alex Popp, a extrema do Bayern tem a responsabilidade de se assumir como a cara da equipa alemã. Entre clube e Seleção, Schuller soma 12 golos nos últimos dez jogos e chega em ponto rebuçado à Suíça para tentar liderar a turma germânica até ao primeiro título europeu desde 2013.  

Cecilie Fiskerstrand (Noruega)

47 internacionalizações, quatro fases finais, zero jogos disputados. À quinta tentativa, na Suíça, a guarda-redes da Fiorentina poderá finalmente assumir a baliza norueguesa, após uma década como segunda escolha. O estrelato traz responsabilidade, especialmente num grupo no qual a Noruega é a favorita.

Jéssica Silva (Portugal)

A caminho da terceira participação em fases finais, é um dos rostos de uma equipa que pode sonhar com a qualificação inédita para os quartos de final. Após uma época atribulada no Gotham, cabe à extrema demonstrar que, mais do que uma das caras, é um dos motores desta Seleção. A posição na frente de ataque parece não favorecer as principais características que a diferenciam, mas permite afinar a relação com a baliza.

Kosovare Asllani (Suécia)

A caminho da 11.ª fase final da carreira, a extrema de 35 anos tem muito provavelmente a última oportunidade de vencer um troféu internacional pela Suécia. A dificuldade do grupo C, onde vão encontrar Polónia, Alemanha e Dinamarca, e do cruzamento nos quartos de final dificultam a missão. Ainda assim, a boa temporada rubricada ao serviço das London City Lionesses aumentam as expetativas em redor da capitã. 

Ewa Pajor (Polónia)

A Polónia qualificou-se pela primeira vez para uma fase final do Euro e a culpa é da avançada do Barcelona. Após uma época onde marcou 42 golos em 46 jogos pelas blaugrana, o céu é o limite para a goleadora. Face à dificuldade do grupo, que conta com Suécia, Dinamarca e Alemanha, as expetativas são baixas, mas qualquer surpresa passa pelo génio de Pajor, a viver a melhor fase da carreira. 

Clara Mateo (França)

Mesmo num ataque recheado de estrelas, a avançada do Paris FC reclama um lugar à mesa, após uma época de clubes estrondosa, na qual marcou 20 golos e assistiu outros 11. Apesar de representar a seleção francesa numa fase final pela terceira vez, na Suíça Mateo tem todas as condições para assumir um papel de maior destaque, quer no onze inicial, quer como arma secreta.  

Claudia Pina (Espanha)

Aos 23 anos, chega ao segundo Europeu da carreira após a época de afirmação no Barcelona. Em 42 jogos, a criativa registou 24 golos e oito assistências e foi um dos destaques da turma blaugrana que conquistou a dobradinha em Espanha. Está em ponto rebuçado e pode assumir o corredor direito já contra Portugal, na estreia.

Sidney Schertenleib (Suíça)

Pode ser uma das surpresas do torneio. Aos 18 anos, atleta do Barcelona já combina uma qualidade técnica ímpar com uma experiência invulgar, refletida nas 13 internacionalizações seniores que já soma. Média de formação, tem sido utilizada na equipa suíça na frente de ataque. Uma das líderes da nova geração pode inspirar as anfitriãs para uma qualificação inédita para os quartos de final.