
Marc Madiot, diretor desportivo da Groupama-FDJ, não esconde a preocupação com a crescente violência das quedas nas provas de ciclismo, sobretudo nos momentos em que o pelotão se lança em grande velocidade. O francês foi uma das personalidades a falar sobre o tema no documentário 'Crash, pelotão sob pressão', onde alertou para a necessidade de se "travar a evolução dos corredores".
"Há mortos e haverá inevitavelmente mais. Mas no dia seguinte, tudo continuará igual", constatou o treinador, refletindo sobre um problema que se agrava de ano para ano, considerando que cada vez há mais velocidade, mas tensão e mais violência nas saídas dos corredores.
Por isso, Madiot propõe medidas que passam por limitar a comunicação com os carros de apoio. Eliminar os auscultadores, ocultar os medidores de potência e até proibir os dispositivos GPS. O adeus a estas tecnologias, segundo explica, reduziria a tensão e os comportamentos imprudentes durante as corridas. "Se fizermos tudo isto, haverá menos perigo, menos pessoas a correr riscos ao mesmo tempo."
"Hoje em dia o ciclista está sob controlo remoto", constata, referido-se depois às instruções que os corredores recebem das equipas: "Dizem-lhes 'atenção, estamos a entrar numa cidade, há lombas e rotundas. Vocês precisam de estar à frente.' Mas não há espaço suficiente lá na frente. Estamos a caminhar num sentido em que todos precisam de ir cada vez mais rápido para se manterem na posição e isso já não funciona", alerta.