A estreia de Igor Tudor como novo treinador da Juventus está prevista para sábado, contra o Génova, no Allianz Stadium, num jogo em que só a vitória interessa à Vecchia Signora. Não há outra opção, simplesmente, visto que a equipa está fora da zona de qualificação para a UEFA Champions League, com menos um ponto que o Bolonha.

Antigo jogador da Juventus, assim como adjunto de Andrea Pirlo em 2020/21, o croata terá uma missão difícil pela frente, que a imprensa italiana resume em cinco partes.

1. O espírito e as relações dentro do balneário da Juventus

A primeira tarefa de Tudor é restaurar a harmonia no balneário da Juventus. Há cada vez mais indícios de que Motta não era a figura mais popular, pelo menos nas últimas semanas, com relatos que sugerem que os jogadores consideraram as suas últimas sessões «surreais«, devido à falta de mudanças na abordagem.

Tudor terá de alinhar os jogadores com as suas táticas e filosofia, o que provavelmente será a sua prioridade. Manter uma atmosfera positiva - mas competitiva - no balneário é um requisito, não um objetivo.

2. Definir funções dentro e fora de campo

Vários meios de comunicação italianos sugerem que houve alguma confusão em torno da equipa da Juventus e dos seus jogadores nos últimos meses. Mota foi frequentemente acusado de alterar as formações e, mais drasticamente, até os capitães, o que levou à falta de uma hierarquia clara na equipa.

Timothy Weah, um extremo de raiz, foi utilizado como lateral durante a maior parte da época; Weston McKennie jogou em praticamente todas as posições; Kenan Yildiz jogou em ambas as alas e também como falso nove, ocasionalmente, mas raramente na sua posição preferida, pelo meio; Teun Koopmeiners alternou entre posições no meio-campo e como trequartista.

3. Recuperar a forma dos jogadores-chave da Juventus

A imprensa italiana sugere que Federico Gatti, Khéphren Thuram e Yildiz devem desempenhar um papel mais importante na Juventus. Chegaram a ficar no banco, sendo que eram projetados como titulares já para esta época.

Eles são a espinha dorsal da Juve em cada uma das três linhas, e Mota não conseguiu rentabilizá-los como tal, nem dar-lhes as funções e os minutos necessários.

4. Recuperar Vlahovic

Muitos consideram que a nomeação de Tudor beneficia principalmente Vlahovic, que foi caindo em desgraça com Motta, à medida que o fim do mandato deste se aproximava. O sérvio foi titular apenas uma vez na Serie A, desde a chegada de Randal Kolo Muani, por empréstimo do Paris Saint-Germain. Isto significa que o jogador mais bem pago, e também o melhor, da Juve, está sentado no banco nos últimos dois meses.

Mesmo que a Juventus decida dispensar Vlahovic no verão, o sérvio precisa seguramente de uma série de jogos para provar o seu valor e aumentar o valor de uma transferência, para não falar do aspeto desportivo e dos golos.

Se a Juventus decidir que, afinal, não vende, então o avançado precisa de uma série de jogos para recuperar a forma se quiser começar a próxima temporada na melhor forma possível.

5. A prioridade de Tudor: a Champions

O objetivo mais importante de Tudor será terminar entre os quatro primeiros da Serie A, ou seja, qualificar-se para a próxima edição da UEFA Champions League.

Tem nove jogos para alcançar esse objetivo, ou seja, para ultrapassar o Bolonha, já que Inter, Nápoles e Atalanta estão muito à frente. No entanto, o antigo clube de Motta não será o único concorrente. A Juve está apenas um ponto à frente da Lazio, três da Roma e quatro e cinco da Fiorentina e do Milan, respetivamente.

Um desafio mais do que sério, tendo em conta o panorama geral da Vecchia Signora. Tudor assinou um contrato até ao final da temporada, sem opção para prolongar, mas com a promessa de que se sentarão à mesa para negociar. Se não conseguir a qualificação para a Champions, pode fazer as malas no mesmo dia...