Rohan Dennis, antigo bicampeão do mundo de contrarrelógio, foi esta quarta-feira condenado a 17 meses de prisão, com pena suspensa, por uma acusação agravada de «risco de dano», no acidente que provocou a morte da sua mulher, e também antiga atleta olímpica, Melissa Hoskins, a 30 de dezembro de 2023.

Um ano depois do atropelamento fatal, Dennis declarou-se culpado de ter criado «um risco de dano», no entanto, de acordo com o juiz Ian Press, «descrever as consequências dos acontecimentos de 30 de dezembro de 2023 como trágicas não faz justiça à dor, à angústia» daqueles que conheciam a vítima.

Segundo a acusação, Dennis teve uma discussão com a mulher, saiu de casa para acalmar-se, mas Hoskins tentou deter o veículo, colocando-se sobre o capô, o que não impediu o ex-ciclista de prosseguir a condução. Andou cerca de 75 metros (a cerca de 20 km/h, durante 10 segundos), e a mulher não resistiu aos ferimentos provocados, morrendo num hospital de Adelaide.

«Você fez isso num momento em que a senhora Dennis estava muito perto do carro e sabia disso. Conduzir enquanto ela estava no capô criou um risco de dano e você sabia disso, mas continuou a conduzir na mesma. Os atos que acabei de descrever são os atos pelos quais deve ser punido», disse o juiz, defendendo que parar o carro era uma «obrigação».

Embora considerando «muito fraca» a justificação apresentada para não parar o carro, nomeadamente o facto de querer sair do local, o juiz optou pela suspensão da pena. «Por se ter dado como culpado, pelos seus remorsos e por ser o único cuidador dos dois filhos, estou satisfeito por existirem boas razões para suspender a pena».