— E agora quais são os seus planos? Quando, há três anos, veio para Portugal, lembro-me de me contar que a ideia era começar uma nova etapa, ambicionava abrir um centro de treino para ajudar nadadores e treinadores a evoluir e depois é que surgiu o convite da federação. Regressa ao Brasil ou deseja ficar em Portugal?
— Posso revelar que fui sondado por alguns lugares na Europa, vários dos quais até gosto, mas não desejava ser novamente imigrante. A questão de ficar em Portugal até pode acontecer no futuro, mas sempre deixei claro a todos os que trabalhavam comigo que estou agradecido com o prolongamento do contrato que terminava em setembro, mas que as coisas continuavam.
Neste momento não gostaria de morar em lá. Recebi, então, uma proposta,e só esperei para saber o acontecia com a federação. Acabei por aceitar. Vou trabalhar para Florianópolis num clube novo, o Swim Floripa.
Tive igualmente contactos para voltar ao Brasil, algumas propostas não me interessavam, não pelo local ou condições, mas depois de ter vivido em Lisboa, por mais que ame São Paulo, a minha terra natal, neste momento não gostaria de morar em lá. Recebi, então, uma proposta,e só esperei para saber o acontecia com a federação. Acabei por aceitar. Vou trabalhar para Florianópolis num clube novo, o Swim Floripa.
Gosto de desafios, mas regresso para um local mais parecido com Lisboa,
— Com que ambições?
— Não tenho nenhum atleta de destaque. Vou começar do zero. Não desejava regressar a um clube grande com as implicações que existem. Gosto de desafios, mas regresso para um local mais parecido com Lisboa, cidade tranquila para viver e morar próximo da praia.
O problema é que estou habituado a uma rotina mais acelerada e com objetivos de participação em grandes eventos. Caso isso não aconteça de imediato, a ideia é estar feliz pelo desafio à procura de parcerias para montar uma equipa técnica de alto nível e viabilizar o orçamento do clube
— E para quem tem no currículo medalhados em europeus, pan-americanos, mundiais, jogos olímpicos, recordistas do mundo e da Europa vai começar do zero?
— Daqui a uns seis meses ligue-me e eu conto-lhe. O problema é que estou habituado a uma rotina mais acelerada e com objetivos de participação em grandes eventos. Caso isso não aconteça de imediato, a ideia é estar feliz pelo desafio à procura de parcerias para montar uma equipa técnica de alto nível e viabilizar o orçamento do clube, de forma a conseguirmos alguns atletas de nível e um programa competitivo. Mas também cuidar um pouco de mim e ter mais tempo. Lá poderei ir de bicicleta para o trabalho! Aqui tenho 40 minutos de trânsito na A5. Quero o desafio de construir alguma coisa desde o início, ajudar o clube a chegar ao alto rendimento com uma boa estrutura e estou motivado.
Fico feliz pelo Samie, assim como pelo Igor [Silveira, preparador físico] porque assim já existe envolvimento com o grupo. Mas também pelos atletas, pois o Samie acompanhou o meu trabalho. Acho que a pouco e pouco colocará um pouco mais da personalidade dele, daquilo em que acredita.
— Foi anunciado também que o Samie Elias, que veio consigo para Portugal há três anos como adjunto e biomecânico, irá sucedê-lo no cargo. Como é que vê isso?
— Fico feliz pelo Samie, assim como pelo Igor [Silveira, preparador físico] porque assim já existe envolvimento com o grupo. Mas também pelos atletas, pois o Samie acompanhou o meu trabalho. Acho que a pouco e pouco colocará um pouco mais da personalidade dele, daquilo em que acredita. Assim os nadadores que estão no Jamor não vão sentir tanto a mudança. Se saísse o grupo todo, e não estou a falar da qualidade do trabalho, iria haver um maior impacto na adaptação, quer os nadadores ficassem ou fossem para fora do país. Isto independente do resultado ser igual, pior ou melhor.
Tal como disse ao Miguel Arrobas que o Samie e o Igor gostariam de ficar, e que acreditava que o Samie era uma boa opção, como alguém que conhece o trabalho, os atletas, está habituado a Lisboa, ao Jamor… Espero que englobe o ciclo olímpico, mas isso não sei. Apenas sugeri o nome do Samie e só soube da escolha pela notícia.
— Por isso ser o Samie não o surpreendeu?
— Cheguei inclusive a referir ao anterior presidente que se tivesse havido continuidade com o outro candidato que o Samie seria uma boa opção. Tal como disse ao Miguel Arrobas que o Samie e o Igor gostariam de ficar, e que acreditava que o Samie era uma boa opção, como alguém que conhece o trabalho, os atletas, está habituado a Lisboa, ao Jamor… Espero que englobe o ciclo olímpico, mas isso não sei. Apenas sugeri o nome do Samie e só soube da escolha pela notícia. Só disse que eles gostariam de ficar, assim como eu queria. Agora se lhe vão oferecer um contrato de quatro anos, e em que condições, isso desconheço e não me cabe estar a opinar. Mas como disse, fico feliz pelo Samie, Igor e atletas.