
O presidente do Chega, André Ventura, acusou hoje o Governo de manter um "desinvestimento gritante" na prevenção dos incêndios e defendeu a aprovação urgente de legislação que imponha prisão preventiva aos alegados incendiários.
À margem da apresentação dos candidatos autárquicos do partido no distrito de Santarém, Ventura afirmou que, "desde 2023, foi feito um desinvestimento de mais de 60 milhões de euros em matéria de prevenção dos incêndios", sublinhando que essa tendência "vem do Governo de António Costa e ficou no Governo de Luís Montenegro".
O líder do Chega defendeu a necessidade de uma reunião urgente com o Governo para discutir a resposta aos incêndios e reiterou a proposta do partido para endurecer a legislação penal relativa ao crime de fogo posto.
"É urgente aprovarmos legislação que garanta que os incendiários ficam presos e que não estão em liberdade nestes dias em que está muito calor e em que o território está absolutamente vulnerável", afirmou.
Ventura apelou ainda à "consciência dos tribunais" para que os suspeitos de fogo posto não fiquem em liberdade, referindo-se ao caso recente de um jovem detido pela Polícia Judiciária por alegada autoria de incêndios entre Fafe e Guimarães.
"Não podemos ter loucos à solta com 40 graus enquanto o país está a arder", declarou.
Ventura garantiu que o Chega está disponível para aprovar "no primeiro dia do parlamento ou em reunião de emergência" uma lei que preveja a prisão preventiva de incendiários, mesmo que tal implique, segundo disse, "ficarem presos até começar a chover".
Sobre a política nacional, Ventura desvalorizou o encontro entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmando que o Chega só se reúne com o Governo "quando há assuntos importantes para resolver".
O líder do Chega destacou ainda os acordos já alcançados em matérias como IRS, imigração e nacionalidade, e adiantou que estão previstas novas conversações para setembro sobre temas orçamentais e laborais.
"O PS e o PSD podem reunir as vezes que entenderem, isso não nos causa nenhum problema. Quando o Chega tem reuniões com o Governo é porque tem assuntos que são importantes e que queremos resolver. Há outras conversas agendadas para setembro sobre matérias importantes, quer de natureza orçamental, quer sobre questões de natureza de legislação, por exemplo, laboral", afirmou.
Questionado sobre as eleições presidenciais, Ventura considerou que "não são a prioridade dos portugueses neste momento", defendendo que o foco deve estar nas autárquicas de outubro.
"Estamos em Santarém, onde tivemos mais de 28% dos votos. Queremos ganhar, não por ganhar, mas porque os problemas do país justificam o nosso empenho", disse.
O presidente do Chega mostrou-se confiante num "grande resultado" no distrito, afirmando que o partido está a apostar em todos os concelhos e que Santarém se tornou "um grande símbolo" do Chega.