Numa segunda mensagem publicada na rede social X após a reunião com o líder norte-americano, que descreveu como "boa", Zelensky relatou ter debatido com Trump "a proteção" dos ucranianos.

"Em primeiro lugar, a compra de sistemas de defesa aérea americanos para proteger as nossas cidades, o nosso povo, igrejas e infraestruturas. A Ucrânia está pronta para comprar este equipamento e apoiar os fabricantes de armas americanos", disse.

Segundo o Presidente ucraniano, a Europa "pode ajudar".

"Também discutimos o potencial de coprodução de drones. Podemos fortalecer-nos mutuamente", considerou.

Na mesma mensagem, descreveu ter transmitido a Donald Trump "os factos sobre o que realmente está a acontecer no terreno".

O Presidente russo, Vladimir Putin, "definitivamente não está a ganhar", garantiu.

"Também informei o Presidente [Trump] sobre como foram as reuniões da equipa técnica em Istambul, bem como as trocas de prisioneiros e de mortos", comentou, a propósito das negociações entre as duas partes acolhidas pela Turquia.

Zelensky indicou que "a Rússia entregou os corpos dos seus próprios soldados", enquanto "estão a ser realizadas análises forenses em Kiev para identificar os seus familiares".

"Obrigado pela reunião e pelo seu apoio. Também estou grato pelas palavras verdadeiramente gentis sobre o nosso povo. Continuaremos a trabalhar", comentou ainda.

Sobre a situação no Médio Oriente, o líder ucraniano indicou que felicitou Trump pela "operação bem-sucedida", depois de os EUA terem bombardeado, na madrugada de domingo, três instalações nucleares iranianas, um dia antes de o Presidente norte-americano anunciar um cessar-fogo entre Israel e o Irão, pondo fim a um conflito armado de 12 dias.

"É importante que as ações dos EUA tenham enfraquecido não só o programa nuclear deles, mas também as capacidades de produção de drones", considerou.

Numa mensagem anterior sobre o mesmo encontro, Zelensky tinha agradecido ao homólogo norte-americano, Donald Trump, a "disponibilidade para ajudar a aproximar a paz", após uma "longa e substantiva reunião".

No final da cimeira da NATO, na cidade de Haia, nos Países Baixos, Donald Trump anunciou hoje que vai conversar com o homólogo russo para discutir a paz na Ucrânia, admitindo que está a ser mais complicado encontrar uma resolução do conflito.

Questionado sobre a reunião com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde de hoje, Donald Trump respondeu que não discutiram um processo de paz na Ucrânia: "Só queria saber como é que ele estava, correu muito bem", resumiu.

Sobre a resolução do conflito que começou há mais de três anos e meio, que Trump prometera acabar em 24 horas, admitiu hoje que "é mais complicado" do que resolver o conflito entre Israel e o Irão.

O Presidente norte-americano criticou Vladimir Putin ao anunciar a conversa com o chefe de Estado russo: "Considero-o uma pessoa que está desorientada".

Donald Trump defendeu que Vladimir Putin tem de acabar com a guerra, porque "as pessoas estão a morrer", relatando que só na semana passada, 7.000 soldados dos dois lados perderam a vida.

Os ucranianos, considerou Trump, são "um povo corajoso" que está a combater numa "batalha difícil".

JH (AFE) // SCA

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