"Os Estados Unidos apelam, idealmente, a um cessar-fogo incondicional de 30 dias", afirmou Trump, numa publicação na sua rede social Truth.

Tanto a Rússia como a Ucrânia "terão de ser responsabilizadas" e, ameaçou o Presidente norte-americano, "se o cessar-fogo não for respeitado, os Estados Unidos e os seus parceiros imporão novas sanções".

"Enquanto Presidente, manter-me-ei empenhado em garantir a paz entre a Rússia e a Ucrânia, juntamente com os europeus, e será uma paz duradoura! Este cessar-fogo deve, em última análise, conduzir a um acordo de paz. Tudo isto pode ser feito muito rapidamente, e eu estarei disponível num instante se os meus serviços forem necessários", adiantou.

Zelensky e Trump falaram telefonicamente horas depois de o parlamento ucraniano ratificar o acordo de parceria económica entre os dois países, e quando Kiev celebra o Dia da Vitória europeu na 2ª Guerra Mundial sobre a Alemanha nazi.  

Sobre a conversa, Zelensky disse ter reiterado a Trump, a sua disponibilidade para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, "completo e incondicional".

"Tive uma conversa positiva com o Presidente Trump", disse Zelensky na rede social Telegram, numa altura em que Washington abrandou os esforços de mediação que vinha fazendo entre os dois países em guerra desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.

Segundo o Presidente ucraniano, Trump perguntou sobre a situação no campo de batalha, da qual foi informado, e os dois líderes discutiram a necessidade de aumentar os esforços pela paz, "incluindo medidas específicas que podem ser tomadas".  

Zelensky "informou [Trump] que a Ucrânia está pronta para um cessar-fogo de 30 dias, começando hoje".  

"Esperamos que a Rússia concorde com esta proposta. Também confirmei que a Ucrânia está pronta para negociações em qualquer formato. Mas, para fazer isso, a Rússia deve mostrar a seriedade das suas intenções de acabar com a guerra, começando com um cessar-fogo completo e incondicional", adiantou o chefe de Estado ucraniano.

De acordo com a mensagem no Telegram, Trump "confirmou que quer que esta guerra termine, está pronto para ajudar e apoia a necessidade de um cessar-fogo".

O parlamento ucraniano ratificou hoje o acordo de parceria económica entre a Ucrânia e os Estados Unidos, indicou a ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, que disse esperar que o documento abra caminho à concessão de uma nova ajuda militar norte-americana a Kiev para fazer face à invasão russa.

Um alto funcionário da presidência ucraniana disse à AFP que a conversa entre Trump e Zelensky, em inglês, durou cerca de vinte minutos e "correu muito bem".

Os principais assuntos foram "a diplomacia e o cessar-fogo" que Washington e Kiev estão a tentar estabelecer na linha da frente com o exército russo, adiantou a mesma fonte.

Antes, na Sala Oval da Casa Branca, Trump agradeceu à Ucrânia por ter ratificado o acordo sobre minerais e saudou o facto de que este dará aos Estados Unidos acesso a "uma enorme quantidade de terras raras de altíssima qualidade".  

"O acordo de terras raras com a Ucrânia foi totalmente ratificado e aprovado pelas suas legislaturas, e nós apreciamos isso", disse Trump num evento em que anunciou um pacto comercial com o Reino Unido.

Também em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, insistiu que o acordo não está relacionado com futuras negociações sobre o fim do conflito com a Rússia.

O acordo "não é um mecanismo ligado a negociações, a um cessar-fogo, à guerra, mas certamente quando se trata de segurança nacional e da natureza de quem são os seus amigos, ser amigo dos Estados Unidos é algo que pode ajudar um país a tornar-se mais seguro", comentou Bruce sobre a 'parceria económica' com a Ucrânia.  

O documento diz respeito à extração de minerais, petróleo e gás na Ucrânia.

O acordo foi assinado no final de abril, após semanas de tensões entre Kiev e Washington, que culminaram numa altercação verbal entre Trump e Zelensky na Sala Oval da Casa Branca, no final de fevereiro.

 

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