
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira um acordo comercial com o Japão, que inclui sobretaxas tarifárias de 15% sobre os produtos nipónicos importados para os Estados Unidos.
"Acabámos de concluir um enorme acordo comercial com o Japão", escreveu Donald Trump na plataforma Truth Social, afirmando que "nunca houve nada assim". Apesar do "acordo gigante, talvez o maior já alcançado", segundo o presidente norte-americano, este entendimento exclui o aço e alumínio que mantêm taxas de 50%.
O dirigente acrescentou que o Japão vai investir 550 mil milhões de dólares (cerca de 468 mil milhões de euros) nos Estados Unidos, que ficará com 90% dos lucros.
" Este acordo trará milhares de empregos (...) e o Japão abrirá o seu país ao comércio, incluindo carros, camiões, arroz e outros produtos agrícolas", referiu.
O anúncio de Trump surge no mesmo dia em que o negociador japonês para questões relacionadas com as tarifas, Ryosei Akazawa, disse esperar chegar a um acordo com Washington até 1 de agosto.
Até essa data, a administração Trump tinha ameaçado impor uma tarifa de 25% sobre as importações de produtos japoneses.
Exportações japonesas de aço e alumínio de fora
As sobretaxas norte-americanas de 50% atualmente impostas às exportações japonesas de aço e alumínio não são abrangidas pelo acordo comercial celebrado entre Tóquio e Washington, revelou o negociador japonês para as questões ligadas às tarifas.
"Se me perguntar se o acordo se aplica ao aço e ao alumínio, não, não é o caso", disse Ryosei Akazawa à imprensa em Washington.
Sobre o novo pacto nipo-americano, o negociador Ryosei Akazawa disse ainda aos jornalistas que "não inclui nada sobre os gastos com a defesa".
Donald Trump tinha pedido ao Japão, aliado próximo dos EUA, que aumentasse a despesa militar, com especulações de que esta exigência estaria incluída num acordo comercial mais vasto.
Entretanto, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, saudou o acordo e confirmou que este reduz para 15% os direitos aduaneiros norte-americanos sobre os automóveis japoneses importados para os Estados Unidos.
"Acordámos reduzir para metade a sobretaxa aduaneira de 25% imposta sobre automóveis e peças sobressalentes desde abril", para chegar a uma tributação final de 15%, se forem incluídos os direitos aduaneiros pré-existentes, explicou Ishiba.
O primeiro-ministro enalteceu ainda o facto de o Japão ser "o primeiro país a obter uma redução das sobretaxas [dos EUA] sobre os automóveis, sem limites nem restrições de volume".
A 11 de julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya, encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
O Japão foi o quinto maior parceiro comercial dos Estados Unidos em 2024, representando 4,3% de todo o comércio e mais de 148 mil milhões de dólares (126 mil milhões de euros) em importações do país asiático, de acordo com dados governamentais.
Com Lusa