Pius Kennedy, responsável do programa no Uganda da organização sem fins lucrativos Africa Queer Network, com sede em Kampala, disse que ele e outros cinco funcionários receberam uma carta da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) ordenando-lhes que parassem de trabalhar imediatamente depois de Trump assinar a ordem de congelamento da ajuda externa, em 20 de janeiro.
"A USAID tem sido o maior financiador do (programa) HIV", pelo que o grupo teve de interromper as atividades, disse Pius Kennedy, citado hoje pela Associated Press, acrescentando que ele e os outros funcionários deixaram até de ir ao escritório porque não podem continuar sem novas transferências de dinheiro.
A suspensão do auxílio levará mais pessoas a infetarem-se com doenças sexualmente transmissíveis, "uma vez que não poderão ter acesso a lubrificantes, preservativos, kits de auto-teste", além de transmissão de conhecimento sobre as doenças e prevenção, alertou.
O congelamento temporário do financiamento pode "apagar anos de ganhos obtidos na proteção das minorias sexuais no Uganda", afirmou.
A homossexualidade é criminalizada em mais de 30 dos 54 países africanos, um deles o Uganda, uma realidade que Washington condenou abertamente.
Em 2023, depois de o Parlamento do Uganda aprovar uma lei anti-homossexualidade que pune esta conduta consensual entre pessoas do mesmo sexo com penas que incluem prisão perpétua, Washington ameaçou consequências e o Banco Mundial reteve algum financiamento.
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