O primeiro-ministro, Luís Montenegro, que se encontra em Bruxelas para participar no Conselho Europeu, informa que os Estados-membros da União Europeia discutiram, esta uinta-feira, o reforço do investimento na Defesa, um processo que deve avançar respeitando a "decisão de cada Estado poder ter a sua estratégia de reforço das suas próprias capacidades”.

Após o primeiro dia do encontro de líderes, Luís Montenegro garante que a União Europeu irá continuar a apoiar a Ucrânia “na procura por um processo em que se obtenha paz justa e duradoura”.

Apesar de garantir que os líderes europeus discutiram também a situação no Médio Oriente, o primeiro-ministro explica que o “ponto principal deste Conselho Europeu andou muito à volta da parte que compete à UE na área da Segurança e Defesa”, uma vez que 23 dos 27 Estados-membros também são membros da NATO.

“Tivemos também uma interação muito produtiva com a Comissão com vista a desenharmos o processo tendente a assegurar procedimentos mais ágeis e financiamento para o reforço do investimento na Defesa numa perspetiva que é muito conjugada com as posições que temos defendido em Portugal.”

O líder do Executivo defende que este reforço deve acontecer respeitando “a soberania de cada Estado" e a “decisão de cada Estado poder ter a sua estratégia de reforço das suas próprias capacidades”.

Montenegro e António Costa esta quinta-feira em Bruxelas.
Montenegro e António Costa esta quinta-feira em Bruxelas. OLIVIER HOSLET

"Estratégia partilhada" e diálogo "cada vez mais estreito"

Montenegro defende que há necessidade de haver uma “estratégia partilhada”, o que pressupõe um diálogo “cada vez mais estreito” ao nível europeu, não descurando a aplicação de uma estratégia económica, alerta.

“Precisamos de conciliar o cumprimento das regras orçamentais, das regras de estabilidade e crescimento com este novo desafio. Por outro lado, precisamos de ter processos de aquisição compatíveis com o objetivo de dinamizar as indústrias de todo o espaço da União Europeia”, acrescenta.

O primeiro-ministro português menciona também que é essencial diminuir os custos da energia de forma a “reforçar a competitividade das empresas” e para que, na área da Defesa, “os investimentos possam ser competitivos nos mercados”.

Os dirigentes da UE reúnem-se em Bruxelas, entre quinta e sexta-feira, para debater os desafios geoeconómicos e a evolução da situação na Ucrânia e no Médio Oriente.

A Defesa e a Segurança europeias, a migração, a preparação e a segurança interna também estarão em cima da mesa.