Salientando o papel que a CTA tem desempenhado na recolha de informações "que afetam a (...) macroeconomia" de Moçambique, Agostinho Vuma disse, em conferência de imprensa, que a confederação tem "consciência de que discursos emocionais podem assustar o mercado", pelo que apelou ao patriotismo "na procura de solução" para o mercado, "principalmente depois desta onda de violência que quase matou 30 a 40% do (...) tecido industrial moçambicano".
Em dezembro, a CTA estimou à Lusa que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais e pelo menos 12 mil pessoas ficaram desempregadas.
O presidente da agremiação avançou hoje que o setor privado está numa fase de recuperação após as manifestações violentas registadas desde outubro em Moçambique e que, nesta etapa, a presença de uma política macroeconómica acertada é "muito necessária".
"Nós almejamos que o Banco de Moçambique vá lado a lado com a visão do Governo recentemente instalado, combatendo a inércia, aumentando a produção e também combatendo situações que minam a macroeconomia para financiar o mercado produtivo", referiu Vuma.
O presidente da CTA disse que 67 empresas e gestores estiveram reunidos com o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, num encontro em que o setor privado acordou com o chefe de Estado a sua integração no grupo do Governo que faz o levantamento dos impactos dos protestos.
"Tivemos muito bons acordos (...). Estamos a trabalhar com o Governo e nós já não podemos anunciar os resultados, uma vez que tem um grupo específico nisto que estamos a realizar com o setor público", concluiu, justificando assim não avançar com novos dados do impacto das manifestações no setor.
Moçambique vive desde 21 de outubro um clima de forte agitação social, protestos, manifestações e paralisações, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, com confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes.
Pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 pessoas foram baleadas durante os protestos em Moçambique, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
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