
O PPM diz que os Açores e a Madeira "podem ajudar resto do país".
"Os Açores e a Madeira têm uma rede eléctrica independente e produzem parte significativa da sua energia de forma autónoma, com fontes renováveis (geotermia, eólica, hídrica e térmica). Esta autonomia energética mostrou hoje o seu valor", refere o secretário-geral do PPM, Paulo Estêvão, em comunicado.
Mesmo no contexto de um grande apagão europeu, os Açores e a Madeira continuam a funcionar normalmente".
De acordo com Paulo Estêvão, "manter uma parte do país operacional — como os Açores e a Madeira — é estratégico em vários sentidos". E exemplifica:
"1. Resiliência nacional. Mesmo em caso de grandes falhas no território continental do país, Portugal tem uma base territorial ainda operacional, útil para comunicações, coordenação de emergências e apoio logístico.
2. Segurança energética. Prova que sistemas descentralizados e diversificados aumentam a segurança. Se todo o país dependesse de uma única rede interligada, o impacto seria total.
3. Ponto de apoio atlântico. Os Açores já têm enorme importância geoestratégica (bases militares, monitorização do Atlântico, lançamento de satélites, infraestrutura atlântica crítica de comunicações, etc.). O facto de continuarem operacionais no âmbito do colapso energético europeu, torna a sua posição ainda mais valiosa para missões civis e militares".
Diz ainda que "apesar da estabilidade eléctrica, os Açores e a Madeira também estão a experimentar dificuldades nas comunicações e no acesso a serviços digitais".
A conectividade à internet foi prejudicada, afectando o funcionamento de sites, sistemas e aplicações que dependem de servidores localizados no continente. Além disso, as redes móveis enfrentam instabilidade. Fica assim evidente a necessidade de fortalecer a infraestrutura de comunicações e diminuir a dependência de serviços digitais externos, para mitigar os impactos de eventuais falhas no continente". Paulo Estêvão
Para já, e conforme realça, "os Açores e a Madeira devem ajudar o Governo da República em tudo o que se revelar necessário", nomeadamente:
"1. Garantir a Estabilidade das Comunicações Nacionais. Assegurar o tráfego de comunicações essenciais (dados da Internet, telecomunicações críticas) através dos cabos submarinos que ligam os Açores, a Madeira e o território continental. Oferecer apoio de redundância às operadoras nacionais, garantindo caminhos alternativos em caso de falhas de cabos no continente.
2. Activar Plataformas de Coordenação de Emergência. Disponibilizar centros de comando e salas de crise nos dois arquipélagos para apoio à Protecção Civil Nacional e ao Governo da República. Serem bases de apoio diplomático e logístico, funcionando como "postos avançados" em caso de necessidade de continuidade governativa.
4. Manter a Continuidade Administrativa e de Serviços. Disponibilizar edifícios e estruturas públicas como centros operacionais de backup para setores críticos: saúde, segurança interna, finanças e comunicações. Abrir centros de alojamento de dados estratégicos, funcionando como backup físico de bases de dados nacionais".
E conclui: "A Madeira e os Açores são a “rede de segurança nacional” de Portugal no Atlântico. A sua activação estratégica rápida pode garantir que, mesmo em crise severa no continente, o Estado português mantém soberania, comunicações e operação governativa".