
A Polícia Judiciária deteve cinco funcionários dos portos de Setúbal e Sines por suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais.
A droga chegava a Portugal camuflada entre a comida, como latas de feijão ou caixas de bananas.
Segundo a investigação, os suspeitos facilitavam a entrada de cocaína nos portos portugueses. Os cinco inspetores - agora detidos - prestavam serviços aos portos de Setúbal e Sines.
“Os factos sob investigação estão relacionados com a beneficiação de organizações criminosas internacionais, dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína, por via marítima, a partir da América Latina”, refere a PJ em comunicado.
A Polícia Judiciária suspeita que os cinco inspetores da Autoridade Tributária tenham ligações com redes criminosas internacionais, como o PCC, a maior organização criminosa do Brasil e uma das mais perigosas da América Latina. Nesta altura contará com mais de 40 mil membros.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária realizou na área metropolitana de Lisboa, em Setúbal e em Sines, "a operação “Porthos II”, na qual executou de seis mandados de busca domiciliária e apreensão e cinco mandados de detenção fora de flagrante delito".
Segundo o jornal Expresso, um dos suspeitos trabalhava com a rede de Rúben "Xuxas" Oliveira, um dos maiores traficantes portugueses. Foi condenado no ano passado a 20 anos de prisão.
A investigação ainda não terminou. A Polícia Judiciária garante que vai continuar a procurar provas e identificar todos os envolvidos.
Os cinco detidos vão agora ser ouvidos pelo Ministério Público.
A operação Porthos começou em fevereiro deste ano. Nessa altura, já tinham sido detidas quatro pessoas e apreendidos mais de 500 mil euros em dinheiro, 10 carros e cinco armas.
Por cada quilo de cocaína que entrava, os funcionários recebiam uma percentagem. Chegaram a ganhar cerca de 4 mil euros por quilo.