À chegada para uma arruada em Setúbal, distrito ao qual o PS dedica hoje todo o dia de campanha, Pedro Nuno Santos foi questionado pelos jornalistas sobre o anúncio feito hoje à Rádio Renascença pelo ex-chefe do Estado Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo de que é candidato à Presidência da República nas eleições do próximo ano.

"Não tenho nenhum cometário a fazer a esse anúncio. Estamos numa campanha para as legislativas e é nisso que estou focado", respondeu o líder do PS, apesar da insistência dos jornalistas.

Momentos antes, questionado pelos jornalistas, o antigo presidente do parlamento Augusto Santos Silva fez "duas constatações" que, em sua opinião, "parecem evidentes".

"Primeiro, trata-se de uma pessoa que muda de opinião muito facilmente, em segundo lugar que se trata de uma pessoa que parece não perceber a diferença entre eleições legislativas e eleições presidenciais. Essas duas constatações significam dois recursos negativos para quem pretende ser Presidente da República", sustentou.

Santos Silva disse não conseguir compreender "porque é que as pessoas dizem uma coisa num momento e fazem uma coisa contrária no momento seguinte".

"E também não consigo perceber como é que as pessoas não têm um conhecimento mínimo da Constituição e não sabem fazer a distinção entre eleições", insistiu, considerando que são "duas características negativas" de Gouveia e Melo.

Questionado sobre a sua reflexão sobre uma eventual candidatura, o antigo presidente do parlamento escusou-se a responder precisamente pelas questões que tinha apontado sobre Gouveia e Melo.

"Não confundo eleições legislativas com eleições presidenciais e portanto estou numa ação de campanha do PS no âmbito das legislativas, não mudo facilmente de opinião", contrapôs.

O ex-chefe do Estado Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo confirmou hoje que é candidato à Presidência da República nas eleições do próximo ano e vai apresentar a sua candidatura em 29 de maio.

"A minha decisão é avançar com a minha candidatura à Presidência da República. Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio", adiantou o almirante, em declarações à Rádio Renascença.

Segundo referiu, a sua decisão foi tomada também tendo em conta "alguma instabilidade interna que se tem prolongado" no país, devido a governos de curta duração e à falta de uma governação estável.

Questionado sobre a decisão de avançar agora, a poucos dias das eleições legislativas antecipadas, Gouveia e Melo alegou que o tempo para o anúncio da sua candidatura "começa a ser curto", tendo em conta que precisa de enviar convites para a cerimónia do dia 29, o que resultaria num "segredo muito mal guardado".

"E pronto, tenho esta oportunidade para dizer de viva voz que vou verdadeiramente ser candidato e no dia 29 de maio farei anúncio formal da candidatura", reiterou.

 

JF/PLI (PC) // JPS

Lusa/Fim