A obra de ampliação do edifício de apoio social da Associação Portuguesa dos Pobres vai custar 600 mil euros e está inscrita no PRR. Paula Margarido visitou recentemente a instituição, que está a requalificar essa infra-estrutura para fortalecer os serviços como refeitório, balneários, ateliê ocupacional e alojamentos de acolhimento de emergência nas proximidades da Rua do Frigorífico.

O Centro de Acolhimento Nocturno da APP tem capacidade para acolher, por noite, 12 pessoas do sexo masculino e 12 do feminino. Tem ainda quatro camas de emergência. A entrada no centro acontece após uma avaliação e de ser traçado um projecto de integração.

Os responsáveis pela APP explicaram o modo como "garantem o respeito pela pessoa, o acompanhamento das suas dependências físicas e emocionais e a importância de um relacionamento pessoal atento e humanizado".

Nesta visita foram realçados os cuidados com a dignidade individual e o respeito pelos utentes, com regras claras quanto à proibição de entrada sob efeito de substâncias psicoativas, e exigência de higiene, sendo condicionada a utilização de refeitório à observação de boas práticas sanitárias. O balneário tem capacidade para 30 banhos entre as 9h00 e as 11h00, mais 10 entre as 11h00 e 11h30 para frequentadores do atelier, totalizando cerca de 40 banhos diários .

Além das infra-estruturas, foi possível conhecer o projecto 'Intervir + para Agir Melhor', que visa "criar uma relação de confiança com as pessoas em situação de sem-abrigo e encaminhá-las para os diversos serviços da APP, como refeitório, lavandaria, rouparia, apoio técnico-social, enfermagem, psicologia e educação social". O PRR também permitiu dotar as equipas de rua de uma viactura elétrica de nove lugares, reforçando a capacidade de intervenção móvel no território.

Para a Secretária Regional, esta visita “é um momento de reforço da parceria institucional entre o Governo Regional e a APP, reconhecendo o papel central que esta desempenha no apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente nas respostas sociais mais exigentes”. Enalteceu também “a aposta na modernização dos espaços e na formação técnica da equipa, como forma de garantir cuidados de excelência aos utentes”. Adiantou ainda que “a combinação de respostas integradas, ocupacional, social e habitacional, com infraestruturas renovadas e funcionais, representa hoje um exemplo de inovação social da Região Autónoma da Madeira — possível graças aos fundos do PRR e à capacidade de execução da APP”.