O Partido Popular Austríaco (ÖVP) nomeou este domingo o atual secretário-geral, Christian Stocker, como seu presidente interino, substituindo Karl Nehammer, que anunciou no sábado a demissão da chefia do Governo do país.

Citada pela agência de notícias espanhola EFE, a agência noticiosa austríaca APA indica que a nomeação de Stocker para liderar de forma interina o ÖVP foi tomada pela comissão executiva do partido numa reunião extraordinária e urgente em Viena.

A reunião ocorreu depois de Nehammer se ter deslocado à sede presidencial para apresentar a sua demissão ao chefe de Estado, Alexander Van der Bellen, na sequência do fracasso das negociações do conservador Partido Popular com os sociais-democratas para a formação do executivo.

Na sexta-feira, o partido liberal Neos tinha saído das discussões.

"Tentámos de tudo até aqui. Não é possível um acordo sobre pontos-chave", disse Nehammer à emissora austríaca ORF, acrescentando que esta não é a situação desejável para "um futuro positivo" na Áustria.

As negociações arrastam-se desde que o Presidente Alexander Van der Bellen encarregou, em outubro, o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Karl Nehammer, de formar um novo executivo.

A decisão surgiu depois de todos os outros partidos se terem recusado a formar governo com o líder do Partido da Liberdade (de extrema-direita), Herbert Kickl, que em setembro venceu pela primeira vez uma eleição nacional.

Nehammer tentou formar uma coligação entre o Partido Popular Austríaco com os sociais-democratas, de centro-esquerda, e o partido liberal Neos.

O seu partido e os sociais-democratas já governaram a Áustria em conjunto no passado, mas têm a maioria mínima possível no parlamento eleito em setembro, com um total combinado de 92 dos 183 lugares.

Esta foi amplamente considerada uma margem muito pequena e os dois partidos procuraram trazer o partido Neos para a coligação.

Entretanto, a líder do Neos, Beate Meinl-Reisinger, disse na sexta-feira que informou Nehammer, o líder social-democrata Andreas Babler e o Presidente Van der Bellen que o seu partido se retirava das negociações.