A Ordem dos Arquitectos (OA) declarou hoje "luto oficial" pela morte "de um dos seus mais consagrados membros", Nuno Portas, "referência dos urbanistas portugueses".

"Qualquer palavra sobre o legado de Nuno Portas na história da arquitetura portuguesa é escassa perante a importância da obra que nos deixou", lê-se no comunicado da OA.

Pai de Paulo e de Miguel Portas, o arquitecto Nuno Portas, "membro honorário" da OA, morreu hoje, em Lisboa aos 90 anos.

A OA sublinha que Nuno Portas foi "um grande arquiteto [e] um magnífico professor".

"A Ordem dos Arquitetos declara hoje o luto oficial pela partida de um dos seus mais consagrados membros".

"Importa celebrar a extraordinária vida de Nuno Portas como arquiteto, como o maior arquiteto-urbanista da história contemporânea, mas também como o político governante decisivo nas políticas de habitação do pós 25 de Abril [de 1974]. Celebramos o Nuno Portas também como grande impulsionador da legislação em planeamento em Portugal", salienta a OA que "endereça os pêsames à família, aos amigos e a todos os que partilharam uma vida muito preenchida com ele".

"A arquitetura portuguesa, toda a cultura nacional, perdeu um grande vulto", remata a Ordem profissional.

O arquiteto Nuno Portas, que morreu hoje aos 90 anos, em Lisboa, destacou-se como pensador, investigador e impulsionador de políticas habitacionais e urbanísticas em Portugal e no estrangeiro, garantindo projeção internacional, sobretudo em Espanha e no Brasil.

"Nuno Portas demonstrou preocupação constante com os direitos dos cidadãos à habitação digna e à cidade. Foi secretário de Estado da Habitação e Urbanismo em 1974, após o 25 de Abril. Criou o Serviço de Apoio Ambulatório Local, para responder a necessidades crónicas e urgentes, criadas por anos de ditadura. Manteve, ao longo de toda a sua obra e de toda a sua vida a acérrima defesa pelo 'direito à cidade'".