A morte de Araújo eleva para quatro o número de presos políticos falecidos desde novembro, sob custódia do Estado, segundo várias organizações não governamentais (ONG) venezuelanas.

"Confirmamos o falecimento de Reinaldo Araújo, dirigente do VV na paróquia de Juan Ignacio Montilla, município de Valera, estado de Trujillo [oeste]. Foi sequestrado pelo regime a 09 de janeiro", denunciou a comissão, segunda-feira.

Na rede social X, o partido explicou que a mulher de Araújo tinha denunciado, há alguns dias, "o seu estado de saúde e exigido cuidados médicos para ele, algo que não lhe permitiram".

"Esta é a situação dos presos políticos que, atualmente, sofrem de múltiplas patologias e correm riscos consideráveis", sublinhou o partido.

O VV insta a comunidade internacional a "atuar imediatamente contra quem comete crimes contra a humanidade e que atualmente se aferram ao poder, condenando à morte centenas de venezuelanos".

"A nossa solidariedade para com todas as suas famílias e companheiros que sofrem hoje perante esta terrível notícia. Faremos justiça!", lê-se ainda na mensagem, que está acompanhada por uma foto do ativista e a palavra 'assassinado'.

Também através da X, a ONG Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (CPLPP) condenou a morte de Reinaldo Araújo que disse ter sido "detido arbitrariamente" e "mantido em condições desumanas".

"A sua morte sob custódia do Estado é mais uma prova da utilização da tortura, da recusa de cuidados médicos e da prisão arbitrária contra dissidentes políticos", explicou.

Segundo a CPLPP "as doenças graves de que sofrem os presos políticos, sem tratamento adequado, têm sido repetidamente denunciadas".

"Muitos deles enfrentam um risco iminente de vida, mas é-lhes negado tratamento e cuidados médicos especializados", sublinha.

Em 16 de dezembro, o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) denunciou que três presos políticos faleceram desde novembro sob custódia do Estado na Venezuela.

"Três pessoas detidas arbitrariamente no contexto de manifestações pós-eleitorais [presidenciais de 28 de julho de 2024] morreram sob custódia do Estado, entre novembro e dezembro de 2024: Jesús Manuel Martínez Medina a 14 de novembro de 2024, em Anzoátegui; Jesús Rafael Álvarez, em 12 de dezembro em Tocuyito, Carabobo; Osgual Alexander González Pérez, em 15 de dezembro, em Tocuyito, Carabobo", denunciou o OVP na X.

O OVP instou o Ministério Público e as autoridades competentes a iniciarem uma investigação penal imediata, exaustiva e imparcial sobre as mortes.

"Reiteramos que o Estado é responsável pela integridade física, pela saúde e a vida dos privados de liberdade", explicou o OVP.

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