Todos os partidos da oposição criticaram, esta manhã, no plenário, o diploma do Governo Regional que altera o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), sobretudo por acontecer apenas sete meses após a criação desta entidade e por retirar os transportes terrestres do âmbito das suas competências.

Sancha Campanella (PS) considera que esta alteração vem mostrar que o diploma original foi mal concebido, precipitado e nasceu sem um estudo prévio a justificar a criação do IMT. A deputada socialista não compreende que o executivo tivesse desistido do modelo intermodal, que unificava as componentes terrestre e marítima.

Miguel Castro (Chega) disse que a Região não pode estar sistematicamente a alterar a legislação para responder às necessidades de um partido “bengala” que exige uma Secretaria Regional da Economia e onde são integrados os transportes marítimos. "É preciso garantir tacho a um secretário [José Manuel Rodrigues] e por se faz esta reorganização", adiantou.

Também Carlos Silva (JPP) criticou a “displicência” com que o Governo encara os transportes marítimos e não esclarece que entidade vai agora tratar de problemas que estão por resolver, como a linha ferry para o continente ou o navio do Porto Santo em Janeiro.

Para Gonçalo Maia Camelo (IL) a alteração ao IMT é injustificada. "Mudar ao sabor da mudança da organizacâo interna de um Governo é dizer que esse instituto não serve para nada e poderia ser uma direcção regional", comentou.

Na resposta, o secretário regional de Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Rodrigues, garantiu que o Governo Regional continua muito interessado na integração dos transportes e desdramatizou a transferência dos transportes marítimos para a tutela da Secretaria da Economia, lembrando que o exemplo dos transportes aéreos, que sempre estiveram noutro departamento do executivo. No entender do governante, esta mudança “faz sentido” e “não torna ineficiente” a política dos transportes”. “Continua a ser um transporte integrado, mas com uma fronteira muito específica [para os transportes marítimos]. Não nos preocupa esta separação. Esta solução vem limar arestas”, declarou.