
A rede contabilizou "a morte de 239 crianças como resultado do aumento da fome, da escassez de alimentos e de medicamentos e do bombardeamento de armazéns de nutrição infantil em Al-Fashir", a capital do Darfur do Norte, disse a organização num comunicado.
A organização manifestou o seu "pesar pela negligência global em relação às crianças do Darfur, que estão sitiadas há mais de um ano", uma vez que Al-Fashir é o único reduto do exército ainda detido pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), paramilitares, que dominam a vasta região do Darfur e sitiam a capital.
Lançou também um "apelo urgente para salvar os civis que continuam sitiados e sob bombardeamento contínuo".
A Rede de Médicos do Sudão exortou ainda as organizações regionais e internacionais a pressionarem as RSF para que "aceitem e apliquem as tréguas propostas" pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e aprovadas pelo Governo sudanês, e para que "abram um canal vital para a entrada urgente de ajuda humanitária e de material médico".
O bloqueio e os ataques constantes às infraestruturas civis conduziram a uma deslocação maciça da população de Al-Fashir, que se viu obrigada a fugir para outras zonas da cidade, impossibilitada de sair do seu perímetro devido aos combates.
A ajuda humanitária também não está a conseguir chegar à cidade pelas mesmas razões. Um comboio da ONU que transportava alimentos e produtos de primeira necessidade foi atacado no início deste mês quando se dirigia para a cidade, o que realça a crise premente neste local estratégico.
A guerra no Sudão eclodiu a 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas foram mortas e cerca de 13 milhões obrigadas a fugir das suas casas, tornando o país no cenário da pior crise de deslocados e da maior catástrofe humanitária do mundo, segundo a ONU.
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