Segundo dados das autoridades moçambicanas enviados à Lusa, subiu igualmente para 332 o número de reclusos recapturados de um total de 1.534 que fugiram das cadeias da capital moçambicana no final de 2024.

Os reclusos fugiram dos estabelecimentos Penitenciário Especial da Máxima Segurança e Provincial de Maputo, localizados a mais de 14 quilómetros do centro da capital moçambicana, no dia 25 de dezembro, e foram recapturados em resultados de operações conjuntas entre o Sernap e as Forças de Defesa e Segurança, indicou aquele órgão.

O Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, entregou em 06 de janeiro uma queixa à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os ministérios do Interior e da Justiça pelo "massacre" dos reclusos, que foram "assassinadas pelas balas da polícia", segundo o diretor do CDD, Adriano Nuvunga.

Num direto na rede social Facebook, Venâncio Mondlane, candidato presidencial que lidera, a partir do estrangeiro, a contestação aos resultados eleitorais, rejeitou a tese do envolvimento dos manifestantes que contestam os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, avançada pela polícia, acusando as autoridades de terem propositadamente deixado os reclusos fugir, com o objetivo de manipular as massas e desviar o foco da sociedade.

"Foi tudo propositado. São técnicas de manipulação de massas à moda dos serviços secretos soviéticos (...) para que as pessoas parem de falar na fraude eleitoral. Querem desviar o nosso foco", declarou Mondlane, acusando também as autoridades de terem "sacrificado" alguns dos reclusos.

Moçambique atravessa desde outubro uma crise pós-eleitoral, com protestos e paralisações que têm culminado em confrontos violentos entre polícia e manifestantes, que rejeitam os resultados das eleições de 09 de outubro, com quase 300 mortos e perto de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

 

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