O Presidente da República diz que já aprendeu com o passo que “quando se diz não, tem de ser não” e que a sua vida política acabará mesmo quando terminar o mandato em Belém.
Depois de ter afirmado, esta quarta-feira, que não voltará a falar sobre política quando abandonar a Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa fala em exemplos de chefes de Estado passados para dizer que é melhor “para as instituições” que se mantenha afastado.
O Presidente foi confrontado, esta quinta-feira, pelos jornalistas, com o facto de, no passado, ter negado que assumiria a liderança do PSD e, depois, afinal, ter mesmo acabado por assumi-la. Marcelo Rebelo de Sousa responde que aprendeu a não voltar a cometer esse erro.
“Aprendi com essa experiência [em 1996] e com outras posteriores que, quando se diz que não, tem de ser não. Totalmente não”, admitiu o atual Chefe de Estado.
O Presidente da República considera que se esse “não” acabar por não ser cabal, acontece “o indesejável num antigo chefe de Estado”: que é “estar a intervir no que se passa com o seu sucessor, com os governos que nomeou”.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, na experiência portuguesa, “houve casos de chefes de Estado que agiram de uma maneira, outros de outra”, apontando o exemplo de Mário Soares que, afirma, foi “político até ao fim da vida”.
“ Eu não tenho essa vitalidade, essa força, nem esse desejo. E já vi o que se passou com muitos, cá dentro e lá fora ”, declarou o Chefe de Estado.
O Presidente da República concluiu, por isso, que “para a própria estabilidade das instituições”, não deve “estar a intervir naquilo que é o dia a dia da política".