
O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje um acordo comercial "o mais rápido possível" entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, com os direitos aduaneiros "mais baixos possíveis".
"Para mim, o bom acordo é aquele que é concluído o mais rapidamente possível, com as tarifas mais baixas possíveis, e que deve ser justo e firme", declarou o Presidente francês à margem de uma visita à localidade de Roquefort sur Soulzon, em Aveyron (sul da França), a seis dias do prazo fixado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
O comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, está em Washington a tentar concluir o acordo comercial com as autoridades norte-americanas.
Inicialmente, Macron tinha dito esperar "o acordo mais ambicioso", ou seja, "zero por zero" por cento de direitos aduaneiros.
Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-las para 50%, como anunciou em maio.
"Nós pensamos que não são tarifas que devem existir entre os Estados Unidos e a Europa, mas um mercado aberto onde os produtos possam circular", defendeu o chefe de Estado francês.
Mas, por enquanto, "aplica-se 10%" e "o que nos preocupa é que possa chegar a 25% ou mais", observou Macron, que visitou os produtores de queijo roquefort, que podem ser duramente atingidos por tal aumento.
No âmbito das negociações em curso, cujo prazo foi fixado para 09 de julho por Donald Trump, Macron deseja "obter o que é o mínimo hoje para os norte-americanos", ou seja, "10% por 10%" de direitos aduaneiros.
Também espera que "a tarifa de 0% que existia anteriormente" em certos setores, como "a aeronáutica", "possa ser mantida", acrescentou.
O Presidente francês também defendeu que sejam "valorizados" na discussão "os esforços de defesa" que a UE pretende realizar, ou ainda o facto dos 27 "serem compradores" de "gás liquefeito" dos EUA, a fim de reduzir a sua dependência da Rússia.
Também o chanceler alemão, Friedrich Merz, apelou hoje à UE para que chegue a um acordo "rápido e simples" com os Estados Unidos, privilegiando certas "indústrias-chave".
"Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos", disse Merz num discurso a uma federação de bancos alemães.
Como líder da maior economia da Europa, Friedrich Merz tem defendido repetidamente uma solução "simples", mesmo que isso signifique aceitar um acordo assimétrico em que os europeus concordariam com certas sobretaxas, sem compensação.
Desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump fez das taxas alfandegárias um pilar fundamental da sua política, promovendo uma guerra comercial internacional.
Em Washington, Sefcovic tem reuniões agendadas com o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, informou a Comissão Europeia esta semana.