O Movimento de Apoio ao Almirante à Presidência (MAAP) formalizou hoje a sua constituição como associação e conta com José Manuel Enes e Paulo Noguês, da revista "Segurança e Defesa", como porta-vozes e conhecidos maçons da Grande Loja Legal de Portugal, a chamada maçonaria regular. A comissão organizadora da associação, de acordo com a escritura que a formaliza, é composta por António Brás Monteiro, José Manuel Anes e Paulo Azevedo Noguês. Cristina Valente e Manuel Ferreira Ramos são também membros fundadores do movimento, esclarece o MAAP em comunicado.

Marcaram presença na formalização, disse à Lusa fonte do movimento de apoio ao almirante Henrique Gouveia e Melo, José Mateus e Amadeu de Basto Lima, da associação "Círculo de Estratégia D. João II", além de José Manuel Anes e Paulo Noguês, diretor e administrador, respetivamente, da revista "Segurança e Defesa".

Gouveia e Melo não pertence à maçonaria e o Expresso sabe que ficou desconfortável com este anúncio prematuro, antes de uma candidatura ter sido lançada.

O movimento conta, neste momento inicial, explicou a mesma fonte oficial, com o apoio destas duas associações, havendo a expectativa de que outras se possam juntar daqui em diante.

O MAAP aguarda a formalização da candidatura a Belém do anterior chefe do Estado-Maior da Armada para avançar com iniciativas e pronunciar-se sobre os seus objetivos, preferindo para já manter a reserva sobre a sua atividade.

Em comunicado, a associação refere que este é um "tempo de desafios internos e externos" e que o movimento "surge como uma expressão de cidadania ativa, que procura contribuir para um debate sério e construtivo sobre o futuro de Portugal"

"Este movimento é plural e apartidário, reunindo cidadãos que acreditam na importância de lideranças que saibam mobilizar vontades, assegurar estabilidade e fortalecer a confiança nas instituições", acrescentam.

O movimento de apoio a Gouveia e Melo considera que "Portugal precisa de líderes que coloquem o interesse nacional acima de qualquer agenda pessoal ou partidária, com visão estratégica e compromisso com o bem comum" e garante que vai trabalhar "com seriedade e responsabilidade" na construção do futuro do país.

O grupo tem como nome oficial "Movimento de Apoio ao Almirante à Presidência", não tendo sido permitido registar legalmente a associação com o nome de Henrique Gouveia e Melo, explicou ainda fonte da associação.

Gouveia e Melo, que nunca confirmou nem afastou a possibilidade de entrar na corrida a Belém, afirmou esta sexta-feira, no podcast Expresso da Manhã, que "vai de férias", mas agradeceu aos portugueses as preferências nas sondagens. Também já tinha dito que vai passar a uma "nova fase" da sua vida, mas sem especificar qual, numa altura em que o seu nome é apontado como um dos eventuais candidatos às eleições presidenciais de 2026.

No passado dia 10 de janeiro, no mesmo podcast, defendeu que o investimento em Defesa no país e na Europa deve ser um tema da campanha das eleições presidenciais de janeiro de 2026, mas continuou sem esclarecer se será ou não candidato.

Nota: corrigida às 19h42 a filiação maçónica dos visados, que pertencem à Grande Loja Legal de Portugal e não ao Grande Oriente Lusitano