Marta Sofia perspectiva “tempos difíceis” para o País, perante o novo cenário político nacional que resultou da escolha dos portugueses, mas não desanima e aponta o Livre como “uma nova esquerda”.

Ao DIÁRIO, a cabeça-de-lista do Livre pelo círculo eleitoral da Madeira nas Eleições Legislativas deste domingo diz reconhecer que esperava um melhor resultado na Região, mas e não esconde o “medo” que diz sentir pelo avanço da extrema direita.

O Livre não foi além de 1.749 votos na Madeira e no Porto Santo, menos 115 (1.864) do que no sufrágio de 10 de Março do ano passado, convencendo 1,26% dos votantes.

O partido foi a oitava força política mais votada em 16, logo depois da CDU (1,27%) e do BE (1,35%), e com melhor resultado do que o PAN (1,04%) ou o ADN (1,12%), partidos que no ano passado conseguiram mais votos.

Pese embora a votação tenha ficado aquém do esperado, Marta Sofia reforça que “não é isso que vai fazer parar o Livre”, sobretudo porque acredita que o partido está a afirmar-se entre as escolhas partidárias de esquerda dos madeirenses.

Como prova dessa afirmação, a candidata aponta o facto de o Livre ter ficado à frente de outras forças de esquerda com maior representatividade e tradição na Madeira, como o BE, a CDU ou o PAN.

A “nova esquerda”, entende Marta Sofia, afirma-se como alternativa, embora saliente que a pretensão não passa por substituir os partidos com maior longevidade, mas antes “mas conquistar novo eleitorado, sobretudo entre os jovens e aqueles que nunca votaram”.

Mesmo tendo perdido alguns votos comparativamente às Legislativas nacionais do ano passado, a candidata considera “uma vitória” ter mantido algum eleitorado, sobretudo por ser uma força política que, na Região, tem alguma acção apenas em momentos eleitorais, ao contrários de outros partidos de esquerda, que ainda assim não conseguiram melhores resultados.

A candidata madeirense defende que “a esquerda tem de se unir e olhar para este cenário com preocupação”.

Citando Salgueiro Maia, Marta Sofia assume que “se o povo quiser ir para o Inferno, é para o Inferno que iremos”, sustentando, desta forma, que o Livre vai prosseguir caminho na Madeira e no País, apresentando-se como alternativa às políticas de direita, mas também à “esquerda caduca”.

A candidata diz-se “ainda mais motivada” e recusa-se a baixar os braços, esperando que o Livre possa “fazer um trabalho, na Madeira, de forma contínua” e não apenas quando há eleições.

No todo nacional, o partido liderado por Rui Tavares alcançou o melhor resultado de sempre, com 250.651 votos (em 2024 conseguiu 204.436, correspondendo a 3,16%) a valerem a eleição de seis deputados, mais dois do que nas últimas Legislativas.