O Livre Madeira considerou, hoje, que "é urgente exigir consequências" a Eduardo Jesus, pelas declarações proferidas na passada terça-feira, quando se referiu à deputada Sílvia Sousa Silva da Assembleia Legislativa da Madeira como 'gaja'", durante o debate na especialidade do Orçamento e Plano de Investimentos do Governo Regional para 2025.

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"Quando se normaliza a humilhação, corrói-se o próprio coração da Democracia", sublinha o partido, que já havia repudiado a linguagem utilizada pelo secretário regional do Turismo , Ambiente e Cultura.

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Agora, após Eduardo Jesus ter relativizado os termos que utilizou, o Livre considera que "esta tentativa de desvalorização é, por si só, grave".

"Dizer algo como “burra do car***” ou “gaja”, dentro da Assembleia Legislativa, não é uma nota de rodapé — é uma tentativa de humilhar e desautorizar mulheres no exercício das suas funções. Essas palavras carregam um peso ofensivo, profundamente machista e misógino. E quem veio publicamente defender este comportamento como "apartes", além de não ser um argumento, é vergonhoso, é imoral. Num parlamento, onde se exerce a representação democrática, exige-se firmeza, sim — mas também dignidade, respeito e elevação", reage o Livre.

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O partida vai mais longe e diz que "as declarações de Eduardo Jesus são incompatíveis com o cargo que ocupa, especialmente tratando-se do responsável pela tutela da Cultura".

Este episódio não é menor. É o reflexo de uma cultura política onde a agressividade se sobrepõe ao argumento, e onde a oposição é tratada com desprezo em vez de respeito Livre

Para o Livre "este episódio não pode ser relativizado", pelo que apela "à consciência democrática de todas e todos os madeirenses — independentemente das suas preferências partidárias — para que se recuse a banalização da violência verbal na política, e se exija um padrão mínimo de respeito institucional dentro da casa da Democracia, para que avaliem com seriedade o nível de desrespeito que há muito tempo se instalou na Assembleia Legislativa da Madeira".

"É urgente exigir consequências", conclui o comunicado.