O Japão anunciou, esta sexta-feira, que retirou com sucesso aproximadamente 90 pessoas, incluindo cidadãos japoneses e familiares, do Irão e de Israel para países vizinhos, no meio da escalada de ataques entre os dois países.

Vários autocarros que transportavam estas pessoas partiram de ambos os territórios na tarde de quinta-feira e chegaram em segurança, esta sexta-feira, aos seus destinos, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, em conferência de imprensa.

De acordo com Takeshi Iwaya, 66 pessoas que abandonaram o Irão chegaram "sãs e salvas" a Baku, capital do vizinho Azerbaijão, por volta das 08:15 (hora japonesa, 00:15 em Lisboa), enquanto 21 pessoas que partiram de Israel também chegaram a Amã, capital da Jordânia, na noite de quinta-feira.

Segunda operação de retirada de pessoas no sábado

O chefe da diplomacia japonesa indicou que está prevista para sábado uma segunda operação de retirada de pessoas, a partir de autocarros, do Irão, e não descartou outras.

"Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento da situação e tomar todas as medidas possíveis para proteger os cidadãos japoneses, incluindo o apoio a retiradas adicionais", afirmou o ministro.

Cerca de mil japoneses residem em Israel e quase 300 no Irão, de acordo com os dados mais recentes do Ministério.

O Japão junta-se, assim, a países como a China que começaram a retirar os cidadãos de ambos os territórios devido à intensificação da troca de bombardeamentos.

Japão elevou o nível máximo de alerta para o Irão

O Japão ordenou ainda o envio de duas aeronaves de transporte C2 das Forças de Autodefesa para o Djibuti, na África Oriental, onde possui uma base, para eventualmente participarem nestas operações.

O Governo japonês tinha recomendado na terça-feira aos seus cidadãos que abandonassem o Irão devido à escalada do conflito com Israel.

Isto já depois de o Japão ter elevado o nível máximo de alerta para o Irão, o que inclui uma recomendação contra as viagens para o país.

As primeiras retiradas de japoneses ocorrem numa altura em que há receio de que a situação possa piorar ainda mais, depois de os Estados Unidos terem dado a entender que poderiam entrar no conflito.

A secretária de imprensa da Presidência norte-americana, Karoline Leavitt, afirmou anteriormente que o Presidente Donald Trump tomará uma decisão "nas próximas duas semanas".

A China iniciou a retirada dos seus nacionais no Irão, onde a comunidade chinesa ronda as quatro mil pessoas.

Até quarta-feira, 791 cidadãos chineses tinham já sido transferidos para zonas seguras em países vizinhos, como o Azerbaijão e o Turquemenistão, e mais de mil encontravam-se "em processo de retirada", indicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun.

Além disso, a China começou, esta sexta-feira, a ajudar os cidadãos chineses residentes em Israel que expressaram o desejo de abandonar o país.

A retirada será feita por via terrestre, através de grupos organizados, transportados em autocarro até ao posto fronteiriço de Taba, na fronteira com o Egito.