"Agradeço-lhe por estar connosco e agradeço-lhe o apoio que os Estados Unidos nos dão na defesa dos céus de Israel", declarou Netanyahu num discurso televisivo, referindo-se a Trump como "um grande amigo" do Estado israelita.

No seu discurso, o primeiro-ministro indicou que Israel estava a "avançar, passo a passo, para eliminar" a ameaça nuclear iraniana e a dos seus mísseis balísticos.

"Estamos a atacar com uma enorme força o regime dos 'ayatollahs'. Estamos a atingir o seu programa nuclear, os seus mísseis, os seus quartéis-generais, os seus símbolos de poder", descreveu Netanyahu, lamentando "pesadas perdas, perdas dolorosas" no seu país.

Pelo menos 24 pessoas morreram e 592 ficaram feridas em ataques com mísseis e drones iranianos, que atingiram centros urbanos de Israel nos últimos seis dias, segundo as autoridades israelitas.

Israel não divulgou qualquer informação sobre eventuais perdas militares durante as operações no Irão, mas reconheceu que um dos seus drones foi abatido.

A comunicação social israelita está sujeita a restrições rigorosas pela censura militar, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

O Presidente norte-americano avisou hoje que a paciência com o regime iraniano "está a esgotar-se", mas não deu indicações se tenciona atacar o Irão.

"Talvez o faça, talvez não. Ninguém sabe o que vou fazer", afirmou Donald Trump, a propósito da possibilidade de entrar no conflito ao lado de Israel.

Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Donald Trump confirmou contactos das autoridades iranianas com Washington, depois do início dos ataques aéreos israelitas.

"Eu disse que era muito tarde para discutir (...). Há uma grande diferença entre agora e há uma semana, não é?", referiu o Presidente norte-americano, acrescentando que as autoridades iranianas "até sugeriram ir à Casa Branca", numa proposta que descreveu como corajosa, porque "não é fácil para eles fazerem isto".

Trump lamentou que as negociações com Teerão tivessem sido interrompidas "à última hora", em alusão à saída do processo de diálogo do executivo iraniano, logo após o início dos primeiros ataques israelitas, quando estava prevista para domingo uma nova ronda de negociações sobre o programa nuclear.

"Posso dizer o seguinte: o Irão tem muitos problemas e quer negociar. E eu perguntei-lhes: 'Porque é que não negociaram comigo antes?'", disse o líder dos Estados Unidos, acrescentando ainda que os iranianos "estão totalmente indefesos" e sem proteção aérea.

Israel lançou um ataque contra o Irão na madrugada de 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do "ponto de não retorno" para obter uma bomba atómica, o que é refutado por Teerão.

Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo informações oficiais.

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