A Fórmula 1 ruma este fim de semana à região das Ardenas para a 13.ª ronda do Campeonato Mundial de 2025, o Grande Prémio da Bélgica, o terceiro da temporada a incluir uma corrida sprint. A ação decorre no lendário circuito de Spa-Francorchamps, um dos traçados mais rápidos e desafiantes de todo o calendário.

Com 7,004 quilómetros de extensão, Spa é o circuito mais longo da temporada. O traçado inclui curvas emblemáticas - como a sequência Eau Rouge-Raidillon, La Source ou Blanchimont - e vai acolher duas corridas: a sprint, no sábado, com 11 voltas; e o prato principal - o Grande Prémio - no domingo, com 44.

F1

Spa sem tempo para relaxar

Conhecido pela combinação de velocidade pura e zonas técnicas, Spa-Francorchamps é um circuito implacável, com escapatórias reduzidas e mudanças repentinas das condições meteorológicas, frequentes nesta região do globo.

O Grande Prémio da Bélgica é uma das provas mais antigas do Mundial de Fórmula 1, apenas uma das sete que integraram o calendário inaugural, em 1950. O circuito original, com uma extensão de 15 quilómetros, percorria estradas públicas entre as localidades de Francorchamps, Malmedy e Stavelot, tendo sido progressivamente reduzido e modernizado.

Apesar das alterações ao longo das décadas, Spa mantém a sua alma, envolvida nas deslumbrantes paisagens das florestas das Ardenas.

Dan Istitene - Formula 1

Em que horários se realiza o GP da Bélgica?

Sexta-feira, 25 de julho

  • Treinos Livres 1 (FP1): 11:30–12:30
  • Qualificação Sprint: 15:30–16:14

Sábado, 26 de julho

  • Corrida Sprint: 11:00–12:00
  • Qualificação: 15:00–16:00

Domingo, 27 de julho

  • Corrida: 14:00

(Horário de Portugal Continental)


S de Spa, S de Senna

Palco de momentos icónicos protagonizados por lendas da modalidade, o traçado belga tem como visita habitual a chuva, fenómeno atmosférico que, ao tocar a pista, separa os grandes dos enormes. Entre as figuras que, ao longo das décadas, se destacaram no piso molhado de Spa-Francorchamps, destacamos dois nomes incontornáveis: Ayrton Senna e Michael Schumacher.

Senna brilhou sob chuva intensa em três ocasiões (uma na Lotus e duas pela McLaren), nos Grandes Prémios de 1985, 1988 e 1989, uma pista com a qual o tricampeão do mundo confessava ter uma ligação especial.

Senna acelera em Spa no Grande Prémio de 1989
Senna acelera em Spa no Grande Prémio de 1989 Pascal Rondeau

Acima da tríade de vitórias na Bélgica, o apogeu das prestações de Ayrton Senna em Spa aconteceu em 1992, num gesto que reflete a humanidade singular de um piloto eterno. Durante a qualificação para o Grande Prémio, o francês Erik Comas despistou-se com violência em Blanchimont, com o monolugar a atingir as barreiras a mais de 300 km/h.

Inconsciente, o piloto da Ligier continuava a pressionar o acelerador e o risco de uma explosão era muito elevado. Senna apercebeu-se do que estava a acontecer, parou o seu McLaren no meio da pista, desligou o motor do carro de Comas e segurou a cabeça do piloto francês até à chegada dos comissários de pista.

"Naquele momento, o Ayrton Senna salvou a minha vida”, afirmou, mais tarde, Erik Comas.

(Formula 1)
(Formula 1) SIC Notícias

Além de Senna, o traçado belga estabeleceu, ao longo das décadas, parcerias de sucesso com outros multicampeões do mundo, entre os quais Lewis Hamilton - piloto com mais pole positions (seis) - e Michael Schumacher, o mais vitorioso na história do circuito, com seis triunfos.

Michael Schumacher conquistou o sétimo título da carreira no GP da Bélgica de 2004
Michael Schumacher conquistou o sétimo título da carreira no GP da Bélgica de 2004 SIC Notícias

Anthoine Hubert, seis anos de saudade

A manhã de 31 de agosto de 2019 ficou para a história do automobilismo pelas piores razões. Foi nessa manhã, derradeira do oitavo mês do ano, que, pela última vez, até hoje, a pista foi palco de um acidente mortal durante um fim de semana de Fórmula 1.

Na segunda volta da corrida de Fórmula 2, Anthoine Hubert, piloto francês de 22 anos que fora campeão da GP3 Series na temporada anterior, viu-se envolvido num violento despiste com outros monolugares, na sequência de curvas Eau Rouge-Radillon. Os ferimentos foram fatais e o óbito acabou por ser declarado cerca de hora e meia depois do acidente.

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Todos os anos, Pierre Gasly faz questão de homenagear em Spa aquele que era um dos seus melhores amigos.

Dean Mouhtaropoulos - Formula 1

Quem venceu no ano passado?

A sessão de qualificação do Grande Prémio da Bélgica de 2024 viu Max Verstappen marcar o melhor tempo, mas receber uma penalização de 10 lugares na grelha por troca de motor, o que colocou Charles Leclerc (Ferrari) na pole.

No domingo, George Russell - que partira de sexto - e a Mercedes apostaram numa estratégia arriscada de apenas uma paragem, que se revelou decisiva. O britânico liderou as últimas volitas com pneus duros desgastados e resistiu ao ataque do colega de equipa Lewis Hamilton, que optou por duas paragens, conseguindo chegar a apenas meio segundo do vencedor.

SIC Notícias

Contudo, algumas horas após a bandeirada de xadrez, foi anunciado que o carro de Russell estava 1,5 quilos abaixo do peso mínimo regulamentar, o que resultou na desqualificação do piloto britânico. Lewis Hamilton herdou a vitória — a 105ª da carreira — com Piastri promovido ao segundo lugar e Leclerc a completar o pódio.

SIC Notícias

Quem lidera os Campeonatos de Pilotos e Construtores?

Numa altura em que a temporada de 2025 está precisamente a meio, com 12 de 24 provas disputadas, Oscar Piastri (McLaren) mantém-se na frente do Mundial de Pilotos com 234 pontos, apenas oito de vantagem para o colega de equipa Lando Norris, numa luta que parece cada vez mais destinada a ter somente dois protagonistas.

F1

No Campeonato de Construtores, a McLaren lidera confortavelmente com 3460 pontos, à frente da Ferrari (222) e da Mercedes (210).