
O Governo anunciou esta sexta-feira que será criada uma equipa de trabalho com o objetivo de, desenvolver, no prazo máximo de 90 dias, um estudo para a “substituição urgente” do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
Em comunicado, o Executivo justifica esta decisão com a “relevância estratégica das comunicações de emergência e proteção civil para a segurança e resiliência do Estado” e aponta “limitações estruturais e operacionais” do SIRESP em “cenários de elevada complexidade e exigência operacional”, dando o exemplo do apagão geral registado na passada segunda-feira.
“Para os governantes, a decisão, que surge em paralelo ao anúncio de três auditorias pedidas aos reguladores das áreas das comunicações, navegação aérea e transportes e mobilidade sobre as operações decorridas durante o “apagão”, visa assegurar, com caráter de urgência, um sistema de comunicações robusto, fiável, resiliente, tecnologicamente adequado e plenamente interoperável, que responda eficazmente às exigências atuais e futuras das forças e serviços de segurança, emergência e proteção civil”, refere o comunicado.
Apagão expôs fragilidades do SIRESP: centenas de chamadas de socorro perdidas em momento crítico
A Proteção Civil revelou, no início da semana, que houve risco de a rede SIRESP deixar de funcionar às 05:00 de terça-feira.
O apagão voltou a pôr à prova a fiabilidade do SIRESP e a resposta ficou, novamente, comprometida num momento crítico, quando o país mais precisava.
Depois dos incêndios de Pedrógão, há oito anos, o apagão de segunda-feira trouxe de volta os constrangimentos da rede de comunicações essenciais entre as forças de segurança e as equipas de emergência.
Na segunda-feira, uma centena de chamadas de socorro terão ficado por atender. Houve até o risco de a rede SIRESP deixar de funcionar nas primeiras horas do dia seguinte.